Contrariar a inatividade
Os resultados conhecidos, no mês passado, da sondagem Eurobarómetro, sobre desporto e atividade física, não são animadores, pois revelam que o número de cidadãos europeus que nunca, ou raramente, praticam exercício ou fazem desporto tem vindo a aumentar, representando cerca de 60% da população. Os dados nacionais são ainda mais inquietantes, onde esta faixa representa já cerca de 2/3 da população. Podemos, ainda, perceber que a atividade desportiva é inversamente proporcional à idade, ao nível de educação e às condições sociais e que os mais ativos são jovens e os menos ativos são homens com mais de 55 anos. Todos conhecemos a relação direta entre a fraca ou inexistente prática desportiva e consequências negativas na saúde das pessoas. Em Lisboa, seremos Capital Europeia do Desporto em 2021 e temos bem consciência que esse facto implica assumirmos os desígnios de investir nas infraestruturas desportivas, formais e informais, criando mais e melhores condições para aumentar o número de praticantes. De qualquer forma, Lisboa apresenta hoje algumas estatísticas que nos orgulham em matéria desportiva – no Programa de Apoio à Educação Física Curricular são lecionadas, diariamente, cerca de 170 aulas, envolvendo mais de quatro mil alunos e as Olissipíadas contam com mais de 12 mil jovens. Estes dados dão-nos confiança em relação a uma nova geração, mas é fundamental criar programas para os menos novos, que foi, por exemplo, o que fizemos com a criação do Programa +55, que pretender recuperar os valores da prática desportiva nesta faixa etária, contribuindo decisivamente para a promoção de um estilo de vida mais ativo e mais saudável. Temos de inverter esta tendência e contrariar a inatividade.