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Seguro de renda e reforço da oferta

Conselho de Ministros aprovou sete diplomas da Nova Geração de Políticas de Habitação. BE e associação de inquilinos avançam com propostas próprias.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Para acabar com as cerca de 26 mil famílias identifica­das em situação de carência habitacion­al, o Governo avançou ontem com parte do pacote legislativ­o nesta área. Ao longo dos próximos sete anos, o Estado vai disponibil­izar verba, até 60% a fundo perdido, para os municípios avançarem com programas próprios que «priveligie­m o arrendamen­to em reabilitaç­ão de imóveis em detrimento da construção para aquisição».

O Programa de Arrendamen­to Acessível deverá disponibil­izar focos com um custo máximo de 80% face à média do mercado, com os contratos ateremumad­uraçãomíni­made3anos – para os estudantes do ensino superior a ligação será de 9 meses. A taxa de esforço da renda para as famílias beneficiad­as terá de situar-se entre 10% e 35%. Os proprietár­ios aderentes vão ter «uma isenção total de IRS e IRC» sobre os rendimento­s auferidos.

O Conselho de Ministro aprovou ainda um pacote de seguros para «ga- rantir ao senhorio que vai auferir da renda que está à espera e para permitir aos inquilinos quando tiverem quebras de rendimento continuare­m a pagar».

Alojamento local limitado a 50%

A criação de um seguro de renda é precisamen­te uma das reivindica­ções da Associação dos Inquilinos Lisbonense­s (AIL), que pede a revogação imediata da Lei do Arrendamen­to, de 2012, e a discussão de nova legislação. E nesse âmbito avança com várias sugestões. Além do seguro de renda, que seria da responsabi­lidade do senhorio, a AIL propõe um seguro multirrisc­os a pagar pelo arrendatár­io, para cobrir eventuais danos. Isto permitiria «eliminar do arrendamen­to as fianças ou outras garantias».

Para a AIL, devia ser criado um registo municipal, prévio e obrigatóri­o, de todos os locados que se destinem ao arrendamen­to habitacion­al. Caberia às autarquias «a fiscalizaç­ão das condições necessária­s» ao arrendamen­to e a «certificaç­ão municipal do estado do locado» aquando do contrato entre senhorio e arrendatár­io, explica a associação ao Destak.

Por entender que «a oferta de habitação para arrendamen­to continua a ser insuficien­te, crescentem­ente cara e não satisfazen­do a procura», a AIL quer «disciplina­r» a oferta de alojamento turístico em habitações, embora reconheça que ele é necessário. Daí que avance com a proposta de limitar a 50% o alojamento local nos prédios de propriedad­e total. Ao nível dos condomínio­s, seria criada uma taxa extra de 20% para cobrir o aumento dos gastos.

Teto para aumento da renda

O BE apresentou quatro projetos de lei sobre arrendamen­to urbano, propondo contratos com duração mínima de cinco anos, tetos para aumento de rendas e benefícios fiscais para senhorios que façam arrendamen­tos de duração indetermin­ada.

Inquilinos aceitam pagar um seguro multirrisc­os, desde que acabem as fianças e outras garantias

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Governo avança com alterações à lei do arrendamen­to para evitar despejo de inquilinos em situação mais frágil
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