Motores diesel condenados pela política
2020 é o ano que vão mudar as regras ao nível das emissões de poluentes. É uma ‘barreira temporal’ que está a marcar o futuro próximo. Resta saber o que nos traz o futuro...
Para os construtores, já ultrapassámos a barreira das grandes alternativas. Uns vão investir (muito) na limpeza da tecnologia diesel, outros optam por abandonar este tipo de motorização, que ao nível dos motores de pequena cilindrada é muito cara e pouco rentável.
A afirmação diesel foi uma criação política francesa. Cresceu na Europa, sob o argumento de ser menos poluente, mas todos sabiam que se isso era verdade ao nível do CO2, era uma mentira em termos de NOX. Quando havia tempo, e antes de procurar uma solução político-industrial, a política seguiu em frente com a redução de emissões e foi essa decisão que deu origem à aldrabice (não justificada) da VW, que ficou conhecida como “Dieselgate”.
Houve momentos onde o bom senso aconselhava parar para pensar, mas os políticos, sobretudo aqueles que sabem tudo quanto mais verdes são, não recuaram e reafirmaram a redução de emissões e afirmaram que a Europa ‘tinha’ de ser movida a eletricidade, sem explicar onde está tanta energia nos países onde não há centrais nucleares, onde vão ser construídas centrais para energias alternativas (e quem vai ganhar com elas) ou como vamos mudar de paradigma antes de 2020, quando ainda nada aconteceu, nem vai acontecer, pelo menos, no nosso país.
Mas se as cabeças políticas de uma União Europeia (cega por profundas convicções políticas), discutem ideais e filosofias, o mundo automóvel está mais interessado num negócio global. Os americanos não gostam do cheiro a gasóleo e na China há mercado para tudo, apesar do crescimento elétrico. E, por isso, se os políticos europeus não querem motores diesel, é uma questão de tempo para eles desaparecerem do mercado.
Portanto, resta a questão: o diesel tem futuro?... A resposta é óbvia: tem!... Por um lado, ainda não há (e vai demorar) uma alternativa para os transportes internacionais rodoviários. Por outro, os motores de maior cilindrada podem ser associados a soluções híbridas, pelo que tem de haver abastecimento enquanto houver veículos a circular, mas estamos convencidos de que os motores de pequena cilindrada estão condenados.