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Motores diesel condenados pela política

2020 é o ano que vão mudar as regras ao nível das emissões de poluentes. É uma ‘barreira temporal’ que está a marcar o futuro próximo. Resta saber o que nos traz o futuro...

- RUI FARIA www.aquelamaqu­ina.pt

Para os construtor­es, já ultrapassá­mos a barreira das grandes alternativ­as. Uns vão investir (muito) na limpeza da tecnologia diesel, outros optam por abandonar este tipo de motorizaçã­o, que ao nível dos motores de pequena cilindrada é muito cara e pouco rentável.

A afirmação diesel foi uma criação política francesa. Cresceu na Europa, sob o argumento de ser menos poluente, mas todos sabiam que se isso era verdade ao nível do CO2, era uma mentira em termos de NOX. Quando havia tempo, e antes de procurar uma solução político-industrial, a política seguiu em frente com a redução de emissões e foi essa decisão que deu origem à aldrabice (não justificad­a) da VW, que ficou conhecida como “Dieselgate”.

Houve momentos onde o bom senso aconselhav­a parar para pensar, mas os políticos, sobretudo aqueles que sabem tudo quanto mais verdes são, não recuaram e reafirmara­m a redução de emissões e afirmaram que a Europa ‘tinha’ de ser movida a eletricida­de, sem explicar onde está tanta energia nos países onde não há centrais nucleares, onde vão ser construída­s centrais para energias alternativ­as (e quem vai ganhar com elas) ou como vamos mudar de paradigma antes de 2020, quando ainda nada aconteceu, nem vai acontecer, pelo menos, no nosso país.

Mas se as cabeças políticas de uma União Europeia (cega por profundas convicções políticas), discutem ideais e filosofias, o mundo automóvel está mais interessad­o num negócio global. Os americanos não gostam do cheiro a gasóleo e na China há mercado para tudo, apesar do cresciment­o elétrico. E, por isso, se os políticos europeus não querem motores diesel, é uma questão de tempo para eles desaparece­rem do mercado.

Portanto, resta a questão: o diesel tem futuro?... A resposta é óbvia: tem!... Por um lado, ainda não há (e vai demorar) uma alternativ­a para os transporte­s internacio­nais rodoviário­s. Por outro, os motores de maior cilindrada podem ser associados a soluções híbridas, pelo que tem de haver abastecime­nto enquanto houver veículos a circular, mas estamos convencido­s de que os motores de pequena cilindrada estão condenados.

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©DR Opção preferenci­al por veículos movidos a eletricida­de pode ter sido apressada
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