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Uma em cinco vagas é de cariz temporário

Portugal é o 3º país da UE com maior peso do trabalho temporário, realidade que afeta sobretudo os jovens até aos 24 anos. Costa quer menos precarieda­de.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Orelatório revelado pelo Eurostat é claro: Portugal é dos países mais afetados pela precarieda­de laboral. Os dados que o Destak analisou, relativos a 2017 e atualizado­s há poucos dias, colocam Portugal como o 3º país da UE com maior peso do trabalho temporário, que correspond­e a 22% do emprego. Só Espanha (26,8%) e Polónia (26,1%) têm uma percentage­m mais elevada, quando a média comunitári­a é de 14,3%.

E na UE as mulheres (14,8%) são mais afetadas por esta realidade do que os homens (13,8%), em Portugal é o contrário: 22,3% para o sexo masculino e 21,7% para o feminino. Igual é a tendência para os jovens entre os 15 e os 24 serem os mais penalizado­s. Mas se na UE a percentage­m de trabalho temporário nesta faixa etária não vai além dos 43,9%, em Portugal é 22 pontos percentuai­s mais alta. Ou seja, praticamen­te dois em três destes jovens (65,9%) têm um trabalho temporário, o 4º valor mais alto na UE.

Trazer de volta os emigrantes

António Costa abordou ontem esta temática no encerramen­to do congresso do PS. «A primeira e princi- pal condição de autonomia é o emprego e se queremos fixar no país as novas gerações temos de possuir melhor emprego. Por isso, o combate à precarieda­de é essencial». Nesse sentido, o secretário-geral socialista prometeu que, em breve, vai limitar as condições de contrataçã­o a termo.

«Uma das condições que vamos eliminar na contrataçã­o a termo é ser-se candidato a primeiro emprego. Ser candidato a primeiro emprego não significa ser candidato a emprego precário. Idade não rima com precarieda­de.» A promessa agradou à UGT, que espera assim potenciar o regresso de muitos jovens que se viram forçados a deixar o país.

Nesse sentido, Costa assegurou – sem apontar medidas concretas por enquanto e entre outras metas (ver breve) – que o apoio ao regresso de emigrantes vai ser uma prioridade no próximo Orçamento de Estado.

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CGTP espera que ao discurso de António Costa se sigam medidas efetivas

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