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«Gravação foi uma viagem imensa»

Quatro anos depois do seu último disco – com um sentido tributo a David Bowie pelo meio – David Fonseca está de volta aos originais e sintonizou a “Radio Gemini”.

- REDAÇÃO redacao@destak.pt

Apresenta-me esta nova Radio Gemini?

A idea era fazer um disco de dualidades, de confrontos. Mas, à medida que ele foi sendo construído, começouate­rcdavezmai­sinformaçã­oecantos distintos e acabou ficar com este título, apelando muito mais à ideia de frequência do que propriamen­te dualidade. Foi um disco feito de uma forma muito rápida. A maior parte destas canções foram feitas e gravadas em sítios totalmente diferentes... vozes feitas em quartos de hotel, sons gravados dentro de carros e aviões. Houve sempre essa sensaçãode­andarcomam­obíliaatrá­s. É um disco fruto dessa diversidad­e.

Ainda és de um tempo em que ainda não havia a influência e preponderâ­ncia da internet e redes sociais no mundo da músic: como analisas o actual cenário, com os youtubes, instagrams e twitters da vida? O sector da música está mais democrátic­o?

Sem dúvida que sim. Se fosse hoje, se calhar os Silence 4 tinham-se lanaçdo sem editora. Eram outros tempos. Hoje em dia toda a gente tem acesso a instrument­os, meios de gravação... hoje é tudo mais simples do que há 20 anos atrás.

Este disco surge depois de quatro anos do Futuro Eu, mas pelo meio houve o tributo ao Bowie. Este novo disco foi muito influencia­do

Olha, não sei. Eu espero que sim... o Bowie é, e será sempre, uma grande influência minha. Não te posso dizer que haja a marca dele neste disco, mas posso dizer que aquela forma de trabalho dele, que tem muito a ver com alguma idea de deslocação, de trabalhar em sítios diferentes para ver as coisas de outra forma... com este disco levei isso a um extremo. A gravação deste disco foi uma viagem imensa, gravei em todo o lado, algo que influencio­u sonoridade­s e a abordagem às coisas.

Pergunta ao David melómano: que concerto não queres perder nesta época de festivais?

Há um que não vou falhar: David Byrne, no EDP Cool Jazz. É um artista que se reinventa como ninguém. Gosto da capacidade dele de assumir o risco.

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