ETAR podem ser fonte de transporte de vírus
Atuais métodos das Estações de Tratamento de Águas Residuais são ineficazes contra vírus mais resistentes.
Amostras colhidas em 15 ETAR, de norte a sul do país, revelaram a presença de quantidades elevadas de material genético de alguns vírus, tais como poliomavírus JC e Norovírus. O alerta parte da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, que realizou o estudo em causa.
Dado que não existe qualquer legislação, quer a nível nacional quer a nível europeu, que regule a presença de vírus nas águas residuais tratadas, a investigação «focou-se em detetar e quantificar a existência dos vírus mais resistentes com o objetivo de chamar a atenção das entidades competentes e dos decisores políticos para a necessidade de incluir esta avaliação nas ETAR por forma a evitar riscos para a saúde humana», refere ao Destak a coordenadora do estudo.
Ana Miguel Matos acrescenta que «os efluentes das ETAR são lançados nos recursos hídricos para reutilização, podendo ser uma via de transporte destes vírus para a população», mas a investigadora afasta alarmismos. «Queremos, sim, produzir informação que leve à implementação de novas práticas de avaliação».
Emboramuitocomumentreapopulação humana, o poliomavírus JC é um vírus pouco conhecido, mas só causa doença em indivíduos com o sistema imunitário bastante comprometido.