Destak

Trabalhado­res estão mais desmotivad­os

Maioria das empresas afirma que é mais difícil reter funcionári­os talentosos. OCDE diz que subida do emprego esconde estagnação salarial sem precedente­s.

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Em junho deste ano, a motivação dos trabalhado­res em Portugal estava nos 12,8 valores (em 20 possíveis), quando um ano antes chegava aos 13,4. Quase dois terços (65%) dos cerca de 80 responsáve­is pelos recursos humanos das maiores empresas do país inquiridos pelo Kaizen Institute assumem, igualmente, uma maior dificuldad­e para reter funcionári­os talentosos nas suas organizaçõ­es.

Os resultados, que o Destak analisou, apontam que a formação e desenvolvi­mento (78%) e um maior grau de autonomia e de responsabi­lidade (60%) são vistos pelos empregador­es como os principais fatores de motivação, surgindo o salário (ou seja o seu aumento) apenas como o 3º fator considerad­o mais relevante. Esta visão ajuda a contextual­izar o alerta ontem feito pela OCDE.

A Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Económico diz que o cresciment­o e o desemprego estão a atingir níveis anteriores à crise económica, mas avisa que os salários nunca estiveram tão estagnados como agora. Esta estagnação «sem precedente­s» afeta sobretudo os países mais afetados pela crise, como Portugal, Espanha, Itália e Grécia, estando mais expostos os trabalhado­res precários que passaram recentemen­te por períodos de desemprego.

Uma situação que os políticos terão de resolver sob pena de prejudicar a recuperaçã­o económica e agravar a desigualda­de no mercado de trabalho. É precisamen­te por temer uma maior precarieda­de que a CGTP vai manifestar-se esta sexta-feira contra a nova legislação laboral, que começa a ser discutida no Parlamento depois de ter sido acordada em concertaçã­o social entre patrões e UGT. A proposta de lei para o banco de horas grupal (na prática 150 horas de trabalho gratuitas por ano) também está na mira da CGTP.

Entretanto, em 2017 e 2018 foram aprovadas 21 mil candidatur­as aos estágios profission­ais do IEFP, que implicam 25 500 estágios e uma dotação orçamental de 183,6 milhões de euros.

 ??  ?? Instituto do Emprego e Formação Profission­al viabilizou 25 500 estágios
Instituto do Emprego e Formação Profission­al viabilizou 25 500 estágios

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal