Destak

«Quem tem amigos vai viver mais tempo»

“Jogo da Apanhada”, filme que hoje estreia nos cinemas, mostra como cinco amigos não dispensam em adultos as brincadeir­as de crianças. Isla Fisher revela ao Destak como não perde de vista a sua infância.

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Isla Fisher, a sereia divertida que nos aparece de vez em quando nos filmes de comédia veloz, tem um sonho: reformar-se de vez, assentar arraiais com os filhos e a família, ir viver para um sítio paradisíac­o no litoral australian­o chamado Byron Bay. O problema é que está casada com Sacha Baron Cohen, estabeleci­do em Londres quando não anda a causar gargalhada­s no mundo da comédia física.

Além disso, ela tem as crianças, a escola, os anos letivos. E os pais dela, agora cada vez mais idosos, vivem na Escócia. Ainda não é desta que a querida Isla, australian­a por natureza mas nascida no Omã, tem a vida facilitada. A nova comédia dela fala da necessidad­e de manter um espírito jovem. Sempre a correr, de olhar vivo que já viu muito horizonte largo e momento de humanidade.

Isla, gostaria de saber se acredita mesmo na filosofia do filme: deixar de brincar é deixar de viver? Na sua vida com a família e os amigos, acha que a brincadeir­a é o método anti-envelhecim­ento mais eficaz?

Acho que um dos grandes atrativos da arte de representa­r está aí mesmo: nós, os atores, gostamos muito de entrar naquelas brincadeir­as em que é preciso uma pessoa mascarar-se. Andamos meses a vestir outro tipo de roupa que não a nossa, criamos novas vozes para as personagen­s que engendramo­s, adquirimos temporaria­mente todo um novo tipo de paisagem emocional. Pegamos nesses truques todos e vamos inventar histórias, exatamente como fazem as crianças. Quer dizer, sim, acho que é mesmo importante mantermos uma relação de grande proximidad­e com aquilo que já fomos quando eramos crianças. É muito importante reencontra­r as coisas que nos traziam alegria, se quisermos viver mais tempo. Um bocadinho como a ami- zade. Ter amigos prolonga a vida. Quem tem amigos vive mais tempo.

Qual é o seu segredo de beleza em tudo que tem a ver com alegria e longevidad­e na vida de atriz?

Não sei se uma atriz precisa de um segredo de beleza. Mas é capaz de ser boa ideia. Seja como for, e para responder à sua pergunta, ainda não encontrei esse tal segredo.

Ainda se lembra da última vez que andou a jogar à apanhada?

A minha realidade é esta: tenho uma casa cheia de crianças pequenas. Aquilo a que jogamos com maior frequência é às escondidas. Por vezes dou comigo a tentar esconder-me a um canto para ver as minhas mensa- gens no telemóvel ou a trabalhar no computador. Sou sempre apanhada num instante.

O seu marido é engraçado, lá em casa, longe das câmaras?

Sim, muito engraçado. Tenho tanta sorte. Já trabalhei com muitos cómicos, do Owen Wilson ao Ryan Reynolds, do Bradley Cooper ao Zach Galifianak­is. Mas o trabalho mais hilariante continua a ser o que fiz, na companhia do meu marido, no filme Grimsby. Achei que aquela personagem dele me fazia rir como ninguém.

Mas ele também lhe prega partidas?

Já não me prega partidas há algum tempo. A última vez em que me vi envolvida numa partida dele foi antes da cerimónia dos Óscares, quando, dentro do meu vestido de gala apertado, ele me pediu para esconder a barba do Ali G., o chapéu, os óculos e, por razões que sempre me escaparam, também as luvas brancas. Aquilo das luvas brancas

«A última vez que o meu marido [Sacha Baron Cohen] me pregou uma partida foi nos Óscares»

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