Centro Hospitalar com dívida galopante
Dívida do Centro Hospitalar Lisboa Norte cresceu quase 7 milhões por mês em 2017. Tribunal de Contas considera que se encontrava em falência técnica em 2015 e 2016.
Segundo o relatório de uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas (TC), a que a Lusa teve acesso, entre dezembro de 2016 e novembro de 2017, a dívida do Centro Hospitalar, que integra o Santa Maria e o Pulido Valente, cresceu a um ritmo de quase sete milhões ao mês, «superior ao verificado em qualquer outro período similar, desde 2014». O documento refere ainda que os «esforços de recuperação económico-financeira» não estão a obter os resultados esperados. Esta auditoria foi realizada antes da injeção de capital por parte do Estado nos hospitais decidida pelo Governo no final do ano passado.
Desequilíbrio acentuado
O TC refere que uma «parte substancial» do financiamento atribuído ao Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) «não teve contrapartida em cuidados de saúde prestados», servindo para financiar as «ineficiências» e para fazer face «ao contínuo cresci- mento da dívida aos fornecedores» – em sede de contraditório, o presidente do conselho de administração do CHLN referiu ao Tribunal de Contas que em março deste ano o valor da dívida «reduziu-se por força do aumento de capital, entretanto ocorrido», esperando que no 2º semestre deste ano se verifique um cenário idêntico ao do 1º semestre. De lembrar que o TC já tinha avisado que há um «desequilíbrio estrutural acentuado» no CHLV, que tem vindo a ser coberto por aumentos de capital da parte do Estado, mas que não têm contrapartida direta na prestação de cuidados.