O Mundial das equipas
Ou o Mundial que não é para os craques. Assim podemos definir este Campeonato do Mundo de 2018, o Campeonato do Mundo em que a Alemanha caiu na fase de grupos, em que a Espanha perdeu com a Rússia nos oitavos de final, em que Messi e Cristiano Ronaldo saíram de cena no mesmo dia, separados apenas por algumas horas, também nos oitavos de final, e em que o favorito Brasil não conseguiu ultrapassar a revienga tática da Bélgica.
Porque este é o Mundial em que as equipas, a organização das equipas e os dedos mágicos de alguns treinadores na hora de encarar certos adversários se sobrepôs às estrelas, se sobrepôs aos coletivos feitos a pensar num ou dois indivíduos. E é por isso que nas meias-finais estiveram equipas como a Bélgica, com muito talento, é certo, mas mais que isso com um coletivo muito equilibrado e um treinador capaz de fazer sobressair várias alternativas. Ou a Inglaterra, sem estrelas mas com muitos jovens a jogar na mais intensa liga do Mundo, de quem talvez só se esperassem grandes feitos daqui a quatro ou oito anos.
Ou a Croácia, cujo líder, Luka Modric, é um médio sempre pronto a dar a melhor opção à equipa, muito mais do que a fazer notar-se a si próprio.
Mesmo que seja a França a vencer este Mundial, de todos os semi-finalistas talvez a única equipa que já era favorita à partida da prova, será a vitória de um conjunto em que, por exemplo, Paul Pogba se colocou na sombra e deixou Griezmann liderar a equipa e em que o avançado centro, Giroud, é mais um facilitador do que exatamente um matador.
Seja como for, será um Mundial das equipas e nunca de uma estrela. Se calhar para bem do futebol.