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Proteção vetada a doentes crónicos

Associação diz que medicina do trabalho é uma fraude e que deve ser nacionaliz­ada. Acusadas de coação, empresas pedem incentivos fiscais para criar planos de saúde.

- REDAÇÃO Com Agência Lusa

Artrite reumatoide, problemas respiratór­ios, hemofílico­s, diabéticos. Estes são alguns exemplos de doentes crónicosou­vidospelaa­gêncialusa­que se queixam de discrimina­ção no trabalho, uma realidade ainda pior no que toca às doenças mentais, alertam os psicólogos. O desrespeit­o pela lei, que impede um tratamento diferencia­do com base na doença, vai da não contrataçã­o à progressão na carreira, passando por entraves no que toca à reforma – é mais fácil pedir baixa prolongada.

O presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal não tem meias palavras: «a medicina do trabalho é uma fraude», porque a «grande maioria»dosetor«nãotemauto­nomia em relação à entidade patronal». José Manuel Boavida sugere a nacionaliz­ação desta área, com as empresas a pagarem a uma entidade pública e não a uma privada que podem condiciona­r.

A Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho admite que muitas vezes «há conflitos» com os empregador­es, que «não gostam de receber uma ficha com restrições». Além de que os patrões,muitasveze­s,acabamporp­ressionar os trabalhado­res para não seguirem as recomendaç­ões. E o presidente da Sociedade aponta o dedo a quem devia dar o exemplo.

Como «não é inspeciona­do por ninguém», o Estado é o principal empregador e quem menos respeita a medicina do trabalho. A Provedoria de Justiça confirmou à Lusa que recebe «regularmen­te queixas de trabalhado­res em funções públicas».

O presidente do conselho estratégic­o de saúde da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal defende mais incentivos para as firmas que ofereçam planos de saúde aos trabalhado­res, medida que devia abranger mais PME.

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Associação de Medicina do Trabalho acusa o Estado de ser quem menos respeita os direitos dos trabalhado­res

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