Modelos alternativos estão a ganhar terreno
Ensino doméstico envolve cerca de mil crianças, sobretudo filhas de pais licenciados e até ao 6º ano.
Aprática de modelos de ensino e aprendizagem fora do tradicional atravessa uma fase de crescimento». Quem o diz é a vice-presidente da MEL, Associação Movimento Educação Livre, que há sete anos acompanha as famílias que querem uma solução alternativa ao ensino massificado da escola tradicional.
O ensino doméstico (ED) é uma dessas soluções, explica Inês Peceguina, em que «um familiar em particular assume o papel principal na regulação e orientação do projecto educativo da criança ou jovem». A também inves- tigadora no ISCTE-IUL, Centro de Investigação e Intervenção Social aponta ao Destak que «a casa e o envolvimento da família» são a base do ED.
Estima-se que cerca de mil crianças em Portugal estejam integradas atualmente neste tipo de ensino, sobretudo no 1º e 2º ciclos. E se a maioria dos pais têm uma licenciatura (ou acima) como habilitações literárias, a nível económico não há uma prediminância exclusiva de uma classe.
Esta doutorada em Psicologia do Desenvolvimento enumera as principais dificuldades do ED: «Preconceito da sociedade em geral, em particular nas questões da socialização; a gestão do tempo em família; e a (in)existência de espaços próprios para as famílias».