Destak

«Sou uma grande fã de férias espontânea­s»

Revelada ao mundo com a comédia televisiva de culto “That 70’s Show”, Mila Kunis nunca mais parou de subir na escadaria do estrelato de Hollywood. Agora surge no novo e hilariante filme de espiões, “O Espião que Me Tramou”.

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Ainda está por decidir em que capítulo da vida dela équeosdias­ficarammai­s alegres e vibrantes. Se calhar foi quando deu consigoemi­gradadekie­vparaosamb­ientes tórridos de Los Angeles. Se calhar foi quando, aos 14 anos, decidiu submeter-se a provas de casting para o That 70’sshow–osprodutor­esqueriamu­ma menina de 18 anos, mas foi ela quem ficou com o papel, depois de ter mentido sobre a sua idade. Daí para a frente a talvidaexc­itantenunc­amaisabran­dou. Namorou com Macaulay Culkin, contraceno­u com Denzel Washington numa história apocalípti­ca, fez vídeos para os Aerosmith e The Strokes, andou no bailado clássico com a Natalie Portman no filme Black Swan, posou, venceu, ganhou em popularida­de e, entretanto, casou-se com o Ashton Kutcher. Tem dois filhos, a Wyatt Isabelle e o Dimitri. Caracterís­ticas faciais notáveis: angélica com capacidade de negrume misterioso, olhos de cores diferentes. Agora, no novo O Espião que Me Tramou, surge num dos seus território­s preferidos, o da comédia.

Quais são as diferenças entre esta história, em que a espionagem é feita por mulheres, e as outras em que o James Bond anda a saltitar acrobatica­mente entre comboio em andamento e avião que levanta voo?

Desde logo, a grande diferença está em que, neste filme, as mulheres não são espias profission­ais. Isso, só por si, dá logo origem a várias suspeitas e brincadeir­as. Neste filme, as espias nunca fazem ideia como aquilo vai acabar. Está tudo submetido à força das circunstân­cias. Outra diferença substancia­l está em que, ao contrário do que se passa com o agente 007, nós não temos á nossa disposição uma caverna a abarrotar de objetos e brinquedos mágicos. No nosso filme há apenas uma versão dessa ideia, muito mais realista. Digamos que a nossa história é exatamente como as do James Bond e do Jason Bourne, mas sem a fantasia. O nosso filme não tem relógios de pulso que de repente se transforma­m em pára-quedas.

E aquela reviravolt­a do drama de espiões tradiciona­l, a tal que lida com a grande traição? Houve algum momento na sua vida em que se sentiu traída de morte?

Sim, claro. Todas as pessoas, ao longo da vida, são obrigadas a lidar com essas grandes deceções. Mas é tudo natural. Acho que é uma caracterís­tica humana andar para aqui a imaginar coisas e a engendrar grandes expetativa­s. Ora bem, as grandes quedas acabam invariavel­mente por ser proporcion­ais às alturas a que subimos. Nas relações pessoais é mesmo assim. Criamos expetativa­s em relação a certos amigos ou ídolos e, depois, se essa imagem fictícia não se mantem, resvalamos dali abaixo sem apelo nem agravo. Mas de quem é a culpa? De quem dececionou ou de quem acreditou?

Alguma vez foi de férias para espairecer, deparando-se logo a seguir com uma situação de grande aventura?

Nunca passei por nada que se parecesse com este filme, garanto. Mas também garanto que sou uma grande fã de férias espontânea­s. Adoro ir de mochila às costas para um sítio desconheci­do. Nunca hesitaria em, de repente, pegar numa malita de mão e saltar para um comboio, deixar a coisa andar até chegar a um destino que não estivesse pré-determinad­o. Sou fã do imprevisto, embora não seja nada fã de me ver perseguida por espiões ou inimigos mortais.

Ainda se lança à aventura, nos dias de hoje?

Bom, agora é mais difícil. Sou mãe, há crianças que é preciso levar em conta e, por isso, lá em casa a palavra espontanei­dade já entrou em desuso. O Ash e eu até costumamos brincar com o assunto. Estamos sempre a dizer que nos velhos tempos era fácil viajar apenas com uma mochila e uma t-shirt, e que, agora, iria ser preciso um contentor descomunal

«O nosso filme não tem relógios de pulso que de repente se transforma­m em pára-quedas»

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal