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«Eu sinto saudades de algumas coisas»

Este ano celebram-se os 20 anos do lançamento de “Version 2.0” dos Garbage, clássico incontorná­vel os anos 90. Uma belíssima razão para conversar com Shirley Manson, a sempre carismátic­a “frontwomen” da banda.

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Foi no ano de 1998. O mundo ainda ouvia com insistênci­a o homónimo primeiro disco dos Garbage, quando Shirley Manson, Steve Marker, Butch Vig e Duke Erikson decidiram atacar o mercado com novo álbum. Version 2.0, lançando há precisamen­te 20 anos, acabou por se revelar um sucesso ainda maior do que o antecessor e confirmou os Garbage como uma das mais icónicas bandas dos anos 90. O disco comemorati­vo chega agora até nós, contendo o ál- bum original, mais um segundo disco bónus de 10 faixas incluindo B-sides da época. «Quando olho para trás parece que já passaram uns 10 anos (risos). Claro que do ponto de vista intelectua­l tudo ainda está muito recente, mas acho que como já se passaram tantas coisas entretanto, a ideia que temos é que esse disco já faz parte da pré-história», diz, sem complexos, Shirley Manson.

Version 2.0 vendeu mais de 4 milhões de cópias em todo o mundo, colocou 5 singles no sempre concorrido top 20 do Reino Unido, os temas Push It e I Think I’m Paranoid no Top 10 britânico e esteve ainda nomeado para 4 Grammy.

Mas afinal o que tinha tanto de especial esse disco? «Do ponto de vista musical eu acho que foi um disco que trouxe algumas novidades, misturando o analógico e novas tecnologia­s. Acho que foi o nosso álbum mais assertivo. Claro que havia outros músicos da mesma escola que nós, mas acho que tinham uma visão um pouco mais obtusa», explica a carismátic­a cantora que, apesar de ter visto os Garbage viver o seu período de ouro na década de 90, não sente qualquer nostalgia ao olhar para trás: «Eu sinto saudades de algumas coisas. Acho que vivíamos numa sociedade mais permissiva e eu sinto muita falta da liberdade que existia na altura. Hoje acho que está instalado um clima de exigência e cobrança. Os governos impõem medidas cada vez mais restritiva­s, tendo em vista sempre a mesma coisa: lucro e proveito próprio. E isso é, para mim, uma prespectiv­a de vista miserabili­sta».

«Do ponto de vista musical eu acho que foi um disco que trouxe algumas novidades»

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