Falta de lugares para deslocados
À escassez de vagas nas residências universitárias junta-se o mercado privado, com preços cada vez mais altos, sobretudo nas grandes áreas metropolitanas.
Dados oficiais de 2016/2017 apontam para a existência de 192 residências universitárias, com 15 370 camas e 9075 quartos. Números que ficam longe do que seria necessário, segundo o Plano Nacional para o Alojamento lançado em maio.
No último ano letivo, 30% dos alunos do ensino superior na área metropolitana de Lisboa eram deslocados, mas as residências universitárias só tinham lugar para 9,2%. Na área metropolitana do Porto as percentagens são de 35% e 9,7%. O Algarve é outra das regiões mais pressionadas.
A isto junta-se a pressão urbanística que tem feito o valor das rendas disparar no setor privado, sobretudo nos locais já referidos, com o valor mediano por metro quadrado nos novos contratos de arrendamento nos 6,06 euros (Lisboa), 4,58 euros (Porto) e 5 euros (Algarve). A mediana para Portugal situava-se nos 4,39 euros por metro quadrado.
Para tentar contrariar a escassez de oferta pública face à procura (13% de camas disponíveis para 42,3% de estudantes deslocados a nível nacional), o Governo está a ultimar a celebração de protocolos para recuperar cerca de 30 imóveis para alunos.
Mais de 10% sem colocação
A redução de 5% nas vagas dos cursos das universidades e politécnicos de Lisboa e Porto refletiu-se nas colocações (-1,3%), mas como a procura não diminuiu, o resultado prático foi que milhares de jovens não entraram nas instituições pretendidas. A nível nacional, mais de 10% dos candidatos à primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior ficou sem vaga – colocados 43 992 alunos entre 49 362 candidatos.