Ziguezagues vermelhos
Só dá Benfica, mesmo Benfica. Eleições no Sporting, campanha eleitoral, ida às urnas, novo presidente? Que é que isso interessa? Só dá Benfica, mesmo Benfica. Surpresa?
Claro que não, trata-se, a léguas, da maior instituição desportiva deste Portugal com uma Comunicação Social que sabe o que prende, o que rende, o que vende. O Benfica está metido numa alhada gigantesca, não percebeu que a Justiça não é o que era
(por exemplo, no tempo ainda recente do famigerado Apito Dourado). Tivemos um ex-primeiro-ministro detido e com um processo muito sério de consequências provavelmente maléficas, temos gente da alta finança (tantos anos em regime de impunidade) a contas com agruras que podem desembocar em condenações, temos até magistrados em manifestas dificuldades.
No Benfica, a política de comunicação é um desastre colossal, as posições institucionais ou para-institucionais revelam um desnorte completo e pavoroso. Hoje, afirma-se o credo no edifício judicial, amanhã assevera-se desconfiança, depois de amanhã recupera-se a fé, depois de depois de amanhã regressa-se à aversão. Uma vergonha, uma indignidade, um atentado a uma cultura centenária pautada pela decência, pela dignidade, pela honradez.
Contra julgamentos precipitados na praça pública, menos ainda com o propósito de favorecer a argumentação dos opositores ou mesmo difamadores do grande Benfica, sublinho, dolorosamente, a minha angústia perante o atual e patético panorama, ressalvando as virtudes de quem veste, na competição, a camisola mítica do Sport Lisboa e Benfica.
Uma referência, moralmente imperativa, para os meus Amigos (com maiúscula voluntária), entre tantos outros, Eusébio, Coluna, José Águas, Simões, Toni, Bento, Chalana, Mozer, Rui Costa, Nuno Gomes, Simão Sabrosa, David Luiz, Luisão.