Contratações estão ainda mais difíceis
Empresas dizem que os perfis não são adequados às necessidades. País sofre de talento não correspondido.
Há um crescente desafio em contratar perfis adequados às atuais necessidades do mercado de trabalho. De acordo com o Talent Shortage Survey, recentemente lançado pela Manpowergroup, 46% das empresas nacionais revelam dificuldades acima da média para recrutar o talento certo, o maior aumento desde 2016. E 35% dos patrões admitem que os candidatos não possuem as competências necessárias, quando o processo de digitalização e automação obriga colaboradores e empresas a uma requalificação constante.
O mesmo diagnóstico é feito num relatório da Hays, que o Destak consultou. Portugal surge na 10ª pior posição entre os 37 países analisados no Global Skills Index, que mede a dificuldade das empresas em aceder a profissionais qualificados. Sendo 10 o maior grau de dificuldade, Portugal alcança 5,8, acima da média (5,4) e 0,4 pontos mais que em 2017.
O indicador que avalia o desequilíbrio entre as competências dos trabalhadores e aquelas que são procuradas pelos empregadores subiu de 9 para 9,4 (sendo 10 o máximo), enquanto a pressão salarial nos ditos setores qualificados (leia-se os que têm saída no mercado e não simplesmente onde há formação superior) está nos 9,9 (o segundo valor mais alto entre todos os países analisados), sinal de que é mais díficil reter talento.