Honrar a magistratura
Ao contrário do que uma certa rapaziada quer fazer crer, a profissão de professor não é assim tão mais importante do que qualquer outra área laboral. (...) Os professores são trabalhadores que, tal como os restantes noutras áreas, não são intocáveis, não estão acima de nada e de ninguém e têm questões salariais a discutir tal como milhões de pessoas. Portanto ao não encará-los como seres providenciais, permito-me registar para reflexão os sérios prejuízos que provocam às famílias com as constantes greves. Outros trabalhadores – também com salários por rever – têm de ficar em casa com os filhos ou, os poucos que podem, entregá-los a babysitters . Usar o poder da profissão de docente para diabolizar o quotidiano de tantos pais, e atrasar a aprendizagem dos alunos, não me parece a atitude mais louvável dos que, afinal, se reclamam os estatuto de educadores (...). As reivindicações laborais não justificam tudo. Faz parte da educação, o respeito. O respeito pelos outros cidadãos. Se não o praticam, quais os valores que transmitem aos nossos filhos? (...) Numa classe profissional singularmente dotada de inteligência, não seria espectável lutas sem sacrificarem os alunos e as famílias? Porquê a opção pela contestação mais fácil e cómoda? Os educandos não merecem melhor? O superior interesse das crianças foi preterido por um vigente e intransigente interesse do professor? Perante esta situação, as crianças e os jovens inocentes e vítimas das greves, ficam em silêncio, pois não percebem nada, mas os pais não se devem calar.