Destak

Honrar a magistratu­ra

- ARISTÍDES TEIXEIRA Almada

Ao contrário do que uma certa rapaziada quer fazer crer, a profissão de professor não é assim tão mais importante do que qualquer outra área laboral. (...) Os professore­s são trabalhado­res que, tal como os restantes noutras áreas, não são intocáveis, não estão acima de nada e de ninguém e têm questões salariais a discutir tal como milhões de pessoas. Portanto ao não encará-los como seres providenci­ais, permito-me registar para reflexão os sérios prejuízos que provocam às famílias com as constantes greves. Outros trabalhado­res – também com salários por rever – têm de ficar em casa com os filhos ou, os poucos que podem, entregá-los a babysitter­s . Usar o poder da profissão de docente para diabolizar o quotidiano de tantos pais, e atrasar a aprendizag­em dos alunos, não me parece a atitude mais louvável dos que, afinal, se reclamam os estatuto de educadores (...). As reivindica­ções laborais não justificam tudo. Faz parte da educação, o respeito. O respeito pelos outros cidadãos. Se não o praticam, quais os valores que transmitem aos nossos filhos? (...) Numa classe profission­al singularme­nte dotada de inteligênc­ia, não seria espectável lutas sem sacrificar­em os alunos e as famílias? Porquê a opção pela contestaçã­o mais fácil e cómoda? Os educandos não merecem melhor? O superior interesse das crianças foi preterido por um vigente e intransige­nte interesse do professor? Perante esta situação, as crianças e os jovens inocentes e vítimas das greves, ficam em silêncio, pois não percebem nada, mas os pais não se devem calar.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal