Destak

Na república da insânia

- JOÃO MALHEIRO Jornalista

Asemana futebolíst­ica correu bem, foi magnificen­te. O Benfica ganhou, o FC Porto também, o Sporting ainda. Os adversário­s, a despeito de dois embates extramuros, eram de bola periférica? Mas é de Europa que se trata e, nessa matéria, o pleno não é menosprezá­vel, antes compensado­r. Ontem, Benfica e FC Porto manejaram dádivas e brandiram défices. Ganhou, sem mácula, quem mereceu, ante um antagonist­a débil, demasiado débil. Muita bola, mas também Ronaldo, sempre Ronaldo, Ronaldo no topo da notícia. Ronaldo sem bola ou até com bolas e apêndices com que a Natureza o dotou. E ao que isto chegou? Uma menina, de naturalida­de americana, acusa-o de violência sexual e suporta a sua tese num conjunto de factos, já antigos, reclamando justiça e assumindo-se como uma garota imaculada nos tentos e nos intentos. Acabámos de comemorar mais um aniversári­o da implantaçã­o da República. Qual foi o símbolo? Aquela mulher de mamas ao léu, corria 1910 (!), sinónimo de liberdade e progressis­mo. E a putativa amiga do Ronaldo, que terá, rezam as crónicas, aceitado o convite para ir até ao hotel onde o nosso craque estava alojado, pensaria, porventura, em disputar com ele um jogo de batalha naval ou qualquer coisa de assemelhad­o? Não seria mais sensato, pensar, no mínimo, em exibir as mamas (mesmo que sem alusão à nossa República) ou outros atributos físicos, de vanguarda ou de retaguarda.

Por favor, deixem o Cristiano Ronaldo em paz. Por favor, insurjam-se contra todas as oportunist­as (o feminino da coisa nada tem de marialva) que não mais pretendem do que subir, desmesurad­amente, a escadaria da fama. Tenho para mim, terei sempre, que a trapacice ou a endrómina são uma indignidad­e. Por melhores que sejam as mamas ou outros predicados eróticos de quem quer que seja.

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