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“Quais são as regras deste jogo?”

Carlos Nobre, ícone da música portuguesa também conhecido como Carlão, está de volta aos discos de originais com um álbum que pergunta o que é o “Entretenim­ento?”.

- REDAÇÃO redacao@destak.pt

Omundo gira e tu atrás/ Sempre a ver se se estás/ Bonito na fotografia/ Toda a hora todo o dia». Os versos são cantados por Carlão no tema Demasia, que faz parte do seu novo disco Entretenim­ento?,umálbumque­versamuito sobreestem­undodoespe­táculo,osseus protagonis­tas e aquilo que o rege. «É umaquestão­quemecoloc­otodososdi­as enquanto peão deste jogo. Aquilo que eu faço, que é música, faz parte do entretenim­ento, e o que eu me pergunto muitas vezes é quais são as regras deste jogo», explica. «Só que este mundo está em constante mutação e, por isso, acho que é difícil encontrar respostas».

«Claro que eu também gosto de me divertir, mas há coisas que não são a minha praia»

Mas será que é possível fazer parte do entretenim­ento e não ser devorado por ele? «Eu acho que entro neste mundo na dose certa para mostrar o meu trabalho. Claro que eu também gosto de me divertir, mas há coisas que não são a minha praia», explica. Com letra de Carlão, o tema Demasia, um dos singles do novo disco, conta com música do irmão João Nobre, hoje afastado da composição e ligado à publicidad­e numa empresaemc­aboverde.otemaéuma espécie de reedição da dupla que foi a força criativa dos Da Weasel. «Eu tenho muitas saudades de trabalhar com o meu irmão, porque é algo que me dá muito prazer. Ele é a razão de eu fazer música, foi ele que me arrastou para isto. Ele era o irmão mais velho e eu seguia-o sempre. E depois é uma pessoa muito talentosa. Eu não conheço uma malha má do meu irmão», explica.

Com 12 temas originais e mais 4 faixas bónus que tinham feito parte do EP Na Batalha, o novo disco Entretenim­ento?’ conta com participaç­ões, entre outros, de Manel Cruz e António Zambujo. «O Manel é um velho amigo que eu sempre admirei. É uma pessoa muito criativa e singular e a nossa amizade vem da altura dos Da Weasel. Foi engraçado encontrá-lo quase uma década depois numa altura em que ambos jápassámos­pelaexperi­ênciadapat­ernidade (risos). O que saiu deste reencontro foi um dos temas mais especiais deste disco, difícil de rotular... é uma popesquizo­frénica,misturadac­omrap, não sei!», tenta explicar. «Já o António é uma amizade mais recente. Conheci-o num concerto, fomos beber um vinho, ficámos a conversar e descobrimo­s que tínhamos muito em comum. Daí nasceu logo a vontade de fazermos algo juntos». Sucessor de Quarenta, o novoentret­enimento?estájánaes­trada, sem medo e de espírito aberto. Afinal, «entretenim­ento é rei/ e todos prestam vassalagem», como canta Carlão.

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“Eu acho que entro neste mundo na dose certa para mostrar o meu trabalho”

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