Governo não abre o jogo nas questões principais
Ministro das Finanças apresentou aos partidos as projeções macroeconómicas para 2019 e pouco mais do que isso. Amanhã há nova reunião com os sindicatos.
Cuidados e caldos de galinha. Pela reação dos vários partidos com assento parlamentar depois da reunião de ontem com o ministro das Finanças e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, pouco se ficou a saber sobre as questões mais concretas que ainda estão em aberto.
No que toca às pensões, o PCP disse ter visto abertura para um aumento de 10 euros, mas nenhum valor foi dado como certo. O mesmo se aplica aos aumentos para os funcionários públicos. Nada foi dito pelo Executivo para além do que já se sabia: há 50 milhões de euros para aumentos salariais, faltando definir como será feita a distribuição da verba. O BE acredita que há espaço de manobra para chegar a um entendimento.
Isso mesmo procurará o Governo na reunião que tem amanhã com os sindicatos da Função Pública, mas as reivindicações dos trabalhadores, que pedem um aumento para todos os funcionários a partir de 3% (há quem exiga mais) quase de certeza não serão atendidas. As opções políticas do documento, nomeadamente reforço de verba para alguns ministérios, também são desconhecidas, até porque ontem arrancaram várias reuniões do Conselho de Ministros precisamente para ‘dividir o bolo’.
Desemprego nos 6,3%
O que se sabe é que o Governo continua a apontar para um défice de 0,2% em 2019 – as previsões ontem divulgadas pelo FMI são de 0,3%. Face a abril, o Executivo revê em baixa o crescimento do PIB no próximo ano de 2,3% para 2,2% (valor novamente mais otimista do que o FMI: 1,8%). O desemprego será de 6,9% este ano e de 6,3% em 2019.