Embalagens podem poluir muito menos
Aposta no ecodesign permitiria à indústria farmacêutica reduzir até cinco vezes os impactes ambientais do ciclo de vida das embalagens de medicamentos
Um estudo pioneiro em curso na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra avaliou os diferentes tipos de embalagens farmacêuticas (blister, frasco e saqueta, com diferentes combinações de materiais) para identificar quais os pontos críticos e propor as melhores alternativas de ecodesign – cuja avaliação, paralelamente à do ciclo de vida, calcula o desempenho ambiental de um produto, desde a extração de matérias-primas, produção e utilização de bens e serviços até à gestão dos resíduos daí resultantes.
Dos vários exemplares já analisados, observou-se «uma variação significativa de volume das embalagens comercializadas em Portugal para o mesmo medicamento e elementos supérfluos como excesso de material. Ao avaliarmos o ciclo de vida e o ecodesign, verificámos que há potencial para reduzir até cinco vezes os impactes ambientais associados ao ciclo de vida das embalagens», assinala ao Destak o coordenador do estudo.
Fausto Freire acrescenta que, apostando na melhoria do desempenho ambiental do ciclo de vida das embalagens de medicamentos, nomeadamente na redução de volume e materiais utilizados nas embalagens, nos processos de produção, transporte, e valorização de resíduos, «a indústria terá também benefícios económicos».
Dispositivos médicos por pagar
Em agosto, os hospitais públicos deviam 288,5 milhões de euros às empresas de dispositivos médicos e demoravam em média quase um ano a pagar, segundo a Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED). A dívida tem vindo a aumentar no 2º semestre.