Portugal deteta mais 33% de contrafações
Interpol volta a organizar operação mundial contra medicamentos falsos, tendo detido 859 pessoas. Unidades detetadas no nosso país aumentam para 8886
Entre os dias 9 e 16 deste mês, a Interpol desenvolveu a Operação Pangea XI, com as autoridades policiais, alfandegárias e de saúde de 116 países, nomeadamente Portugal. No geral, esta megaoperação de luta contra os medicamentos falsos permitiu apreender mais de 500 toneladas de remédios contrafeitos, no valor de 12,1 milhões de euros, e levou à detenção de 859 pessoas.
Em Portugal, a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA), com o auxílio do Infarmed, controlou 3881 encomendas e apreendeu 130. Esse procedimento impediu a entrada de 8886 unidades de medicamentos ilegais, com um valor superior a 23 mil euros. É um incremento de 32,9% face às 6686 unidades contrafeitas detetadas em 2017, que valiam 11 337 euros – a mercadoria apreendida este ano valia mais do dobro.
A investigação, segundo a Interpol, focou-se em serviços de entrega que eram usados por redes criminosas organizadas, que operavam através da Internet, em redes sociais e sites de compras online. A vasta gama de fármacos inclui anti-inflamatórios, analgésicos, hipnóticos e sedativos, comprimidos para a disfunção erétil, esteroides anabolizantes, comprimidos para emagrecimento, Parkinson e diabetes e até para o tratamento de VIH/SIDA.
Também foram verificados mais de 110 mil dispositivos médicos, como seringas, lentes de contacto, aparelhos auditivos e instrumentos cirúrgicos. Além das detenções, foram desligados 3671 links na internet, de um total de 16 218 investigados. Websites (2688) e páginas em redes sociais (983) com promoção de produtos farmacêuticos ilícitos foram os principais alvos das autoridades.
Disfunção erétil causa risco
Ao Expresso, a ATA apontou que muitos portugueses preferem comprar medicamentos para a disfunção erétil (que nas farmácias custam entre 20 e 40€) através da internet por uma questão de anonimato.