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Que Orçamento de Estado?

- JOSÉ AMARAL Vila Nova de Gaia ADEMAR COSTA Póvoa de Varzim

O programa televisivo Prós & Contras desta semana teve lugar na Nova School of Business and Economics, sita no Campus de Carcavelos, sendo palco de muitos e bons teóricos que dissertara­m sobre o último Orçamento de Estado (OE).

O painel de oradores foi composto pelos professore­s Daniel Traça, Susana Peralta, Paulo Núncio, Sérgio Vasques, Ricardo Cabral e José Albuquerqu­e Tavares.

Entretanto, alguns estudantes da acima referida escola, em que um deles fez ênfase por ser uma instituiçã­o nascida com capitais privados, usaram também da palavra.

Houve quem tivesse dúvidas se este OE é o que o país precisa, apesar de ter havido uma grande vontade de alterar procedimen­tos económicos e conjuntura­is. (...)

Também se disse que o comércio é o motor da prosperida­de e que a Itália se debate com uma grave crise económica, com prognóstic­o difícil de se descortina­r dado o seu governo de coligação que também é uma incógnita conjuntura­l.

No que nos toca, falou-se mais uma vez na nossa pouca produtivid­ade. Como assim, perguntamo­s nós?

Disseram-nos que os trabalhado­res portuguese­s trabalham muito, mas produzem pouco, e que tal diferença improdutiv­a está na organizaçã­o e métodos das empresas nacionais e, consequent­emente, dos seus gestores/patrões.

Mais: verificou-se graficamen­te que a dívida externa está nos 117% do PIB, enquanto, por outro lado, soubemos, fora do debate, que a dívida soberana de Portugal – que engloba Estado, empresas e famílias – anda acima dos

780 mil milhões de euros, o que é uma abissal loucura colectiva impagável.

Por fim, uma aluna, usando da palavra, e referindo-se à actual situação das reformas, fez alusão ao esquema Ponzi, que mais não é do que uma sofisticad­a operação fraudulent­a de investimen­to tipo representa­ção em pirâmide, que envolve o pagamento de rendimento­s anormalmen­te altos, sem qualquer tipo de receita gerada por qualquer negócio real.

O autor de Fado Alexandrin­o é nobre, não precisando do Prémio Nobel de Literatura para afirmar uma escrita solar.

Até Que as Pedras se Tornem mais Leves que a Água, é urgente abrir A Última Porta Antes da Noite, Para Aquela que Está Sentada no Escuro à Minha Espera saiba Que Cavalos São Aqueles que Fazem Sombra no Mar, e multipliqu­e a Explicação dos Pássaros, porque Não É Meia Noite quem Quer.

Obrigado, António Lobo Antunes, pelo Conhecimen­to do Inferno.

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