Destak

Quem dá o que tem a mais não é obrigado

- EMANUEL CAETANO Ermesinde VÍTOR COLAÇO SANTOS São João das Lampas, Sintra

Pode não ter a astúcia de Giovanni Trapattoni, o benfiquism­o de Toni e a classe de Sven-göran Eriksson, mas Rui Vitória será sempre um senhor.

Há um provérbio que diz que “quem dá o que tem, a mais não é obrigado”, e foi isto que o abnegado ribatejano sempre fez.

Enxovalhad­o pelos treinadore­s dos rivais, pela comunicaçã­o social, por alguns adeptos que o apelidavam de “professor de ginástica” e pela pressão de treinar um clube gigante como o Benfica, respondeu com apenas vitórias: dois Campeonato­s Nacionais; uma Taça de Portugal; uma Taça da Liga; e duas Supertaças.

No entanto, a partir do meio do ano de 2017, houve um claro desinvesti­mento no plantel encarnado originando fracas qualidades exibiciona­is, que nem a alteração do sistema táctico melhorou. Pelo meio, foram publicados uns emails roubados e deturpados envolvendo o Benfica num esquema que envolve a arbitragem portuguesa, com o propósito de condiciona­r a mesma a favor de outros.

E chegamos até aqui, quando um ancião de 34 anos faz chantagem e passa a ser o mais bem pago da equipa, estilhaçan­do um balneário, no lugar em que o treinador não consegue ter pulso num conjunto de pseudo vedetas com grandes diferenças salariais, desmotivad­os, e onde os adeptos desligam-se da equipa, vexados, abandonand­o os jogos ao intervalo, dando razão aos que acham que talvez seja a hora de mudar antes que seja tarde demais.

A sua campanha sustentada por notícias falsas, anátemas, fugas ao confronto directo com o seu opositor e ameaças segregador­as, augura um caminho das pedras que subverterá o sistema democrátic­o. (...) Bolsonaro, ex-militar expulso das fileiras do exército, agora dá guarida a militares de alta patente. Os democratas jamais esquecerão as atrocidade­s cometidas pela ditadura militar, que ele enalteceu, sem julgamento e punição! (...)

Durante 27 anos, como deputado estadual, enriqueceu… e nunca ninguém deu por ele. Não teve uma iniciativa digna de registo. Zero! (...)

O Povo brasileiro não quer continuar o curso de retrocesso social. Pretende melhorar as suas condições de vida: na saúde, emprego, educação e segurança... sem corrupção (...).

Bolsonaro fracturou e bipolarizo­u a sociedade brasileira. Não vale a pena chorar. Há que lutar!

Este texto também é uma resposta à leitora Lia Lima que, além de nada acrescenta­r de relevante, só por fé cega e dogmatismo pode estar de acordo com o que escreveu. Ponto.

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