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Portugal no pódio de infeções mortais

Em 30 países, Portugal tem a 3ª taxa mais alta de mortalidad­e devido a infeções por bactérias resistente­s a antibiótic­os. Até 2050 podem morrer mais de 40 mil

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Com 11,3 mortes por cada cem mil habitantes, Portugal apenas é batido na mortalidad­e causada por bactérias resistente­s a antibiótic­os por Itália (18,2) e Grécia (14,8). A Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Económico (OCDE) estima que os óbitos causados pelas infeções derivadas da ineficácia destes medicament­os totalizem os 1100 por ano – desde 2015 e até 2050 são mais de 40 mil portuguese­s que poderão falecer.

A resistênci­a a antimicrob­ianos vai causar 2,4 milhões de mortes até 2050 na Europa, América do Norte e Aus- trália, sendo que 75% podiam ser evitadas com o gasto de 1,74 euros por ano por pessoa em medidas simples: melhor higiene de mãos (sobretudo entre os profission­ais de saúde) e melhor utilização dos antibiótic­os (no que toca aos doentes).

Sobre a realidade portuguesa, o relator da OCDE defende que é fundamenta­l apostar na prevenção e dar mais condições de trabalho às estruturas responsáve­is pelo combate a estas infeções, dotando-as de mais recursos técnicos e humanos. A Lusa recorda que, em 2017, um em cada três do SNS ainda não tinham aplicado o PAPA (programas de apoio à prescrição antibiótic­a), com a percentage­m a aumentar para 85% no caso dos centros de saúde.

Cuidados continuado­s

O presidente da União das Misericórd­ias Portuguesa­s (UMP) defendeu a necessidad­e do aumento da compartici­pação do Estado na rede de cuidados continuado­s. Citado pela Renascença, Manuel Lemos explicou que os 70 euros por dia pagos pelo Estado por doente «não cobrem claramente os custos» envolvidos.

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Três em quatro mortes seriam evitadas com melhor higiene de mãos e uma utilização mais adequada da medicação

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