Destak

«Sinto-me muito feliz por ter podido criar um ambiente que me permite viver de maneira fantástica»

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existisse. Claro que os meus filhos, agora com 16 e 20 anos de idade, sempre que os pais embarcam na velha rotina começam logo a revirar os olhos para cima e a fazer esgares de quem se apresta a vomitar. Mas o importante é este aspeto – mesmo que as crianças deixem de acreditar na realidade da magia, é muito importante que continuem a acreditar na mensagem da ideia. A ideia do Pai Natal tem de ser mantida viva.

Que tipo de presentes lhes dá, geralmente?

Tento dar algo que eles queiram. Há sempre o momento em que é preciso dar o grande presente.

Aí, o meu marido teve a ideia de proceder invariavel­mente a uma espécie de caça ao tesouro. É incrível. Tão bom vê-los a andar de um lado para o outro, aos pulos, a correr, de pijama mesmo que tenham de ir lá fora procurar, debaixo de uma pedra, um bilhetinho ou uma pista que os leve até ao próximo desafio. Vão lá fora. Depois aparecem esbaforido­s dentro de casa. É essa energia e essa convivênci­a que fazem do Natal um momento da vida extraordin­ário, mágico.

Se conseguiss­e montar um parque temático infantil baseado na sua vida e personalid­ade, que tipo de percursos e emoções encontrarí­amos no recinto?

Quando penso em parques temáticos pessoais, aquilo que me ocorre logo é a minha casa, o lar, o perímetro doméstico. Está aí uma das grandes delícias da vida adulta. Quando somos mais novos damos connosco a pensar «Ah, quando eu conseguir finalmente ter a minha própria casa vou fazer isto e mais isto e mais isto!». Agora, nesta idade, olho à minha volta e reparo que, meu Deus, é mesmo verdade que tenho uma casa que é minha! Abro o guarda-fatos e tenho lá coisas que adoro vestir. Na sala de jantar tenho pratos e todo um serviço de louça que adoro. Resumidame­nte: sinto-me muito feliz e agradecida por ter podido criar um ambiente que me permite viver de maneira fantástica.

Que tipo de fantasia doméstica tinha quando era mais nova?

Lembro-me perfeitame­nte de ter uma ideia muitíssimo específica sobre o que deveria ser o sítio ideal para eu viver. O arranjo incluía os seguintes elementos – desde logo, eu seria como um daqueles duendes que vivem numa toca ou dentro de um tronco de árvore. Lembro-me perfeitame­nte de imaginar se poderia desbastar, esculpir o interior de uma árvore e fazer lá dentro uma sala. A árvore teria de ser muito, muito grande. Lá dentro haveria uma mesinha e cadeiras, uma cama... espera, assim de repente, até começo a perceber certas coisas, nomeadamen­te, que ando desde os 6 anos totalmente fascinada com arte da decoração de interiores. Fora isso, haveria um carrinho para eu me poder deslocar. Um daqueles carrinhos elétricos.

Não posso acreditar: quando era menininha a sua residência ideal não iria ter cavalinhos ou fontes em cascata?

O problema é que eu sou muito prática. Penso sempre: mas, no fim, quem é que vai tratar das coisas? Claro que seria amoroso ir viver para uma quinta mas, de manhã à noite, quem é que vai gerir a propriedad­e? Mantenho-me ciente que é boa ideia manter tudo dentro das minhas capacidade­s.

«Olho à minha volta e reparo que, meu Deus, é mesmo verdade que tenho uma casa que é minha!»

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