Governo tenta apagar o fogo dos bombeiros
Secretário de Estado recusa qualquer desprestígio para os bombeiros e tenta desmontar reivindicações
Depois da maior manifestação feita pelos bombeiros voluntários, com três mil elementos representativos de 90% das associações do país a marcarem presença no Terreiro do Paço, em Lisboa, no sábado, ontem o Governo tentou acalmar as exigências do setor. E desde logo rejeita estar a desprestigiar a classe.
A Liga dos Bombeiros Portugueses critica a criação da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), diz que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) ficou sem saber quem manda e queixa-se de os bombeiros estarem a ser minorizados (não têm um comando único com elementos próprios como a GNR ou a PSP) e divididos (organizados em entidades intermunicipais).
A tudo isto tentou responder ontem o secretário de Estado da Proteção Civil: a AGIF que os bombeiros criticam seria o tal comando autónomo pedido pelos bombeiros, que dificilmente poderá ser criado fora da ANPC. Não correspondendo às expectativas, alguns pressupostos poderão ser «corrigidos», mas com as limitações já mencionadas.
Para mostrar que não desprestigia os bombeiros, José Artur Neves socorre-se dos números: em 2018 foram criadas 120 equipas de intervenção permanente, o maior número num ano; e os bombeiros receberam 42M€ nos últimos dois anos para material.