Vieira na desgraça
Acontestação a Rui Vitória cresce na sonância. Resultados malvados e exibições iníquas desesperam adeptos e amontanham manifestações, declarações e outras intenções de renúncia ou despedimento do técnico que foi bicampeão e que só perdeu o tão ambicionado penta devido ao desinvestimento e ao deslumbramento do presidente Vieira, subestimando os maiores oponentes e depauperando a equipa num ano absolutamente crucial. Desde sempre, até antes de assumir funções institucionais no clube, apoiei todos os seus técnicos, durante os respetivos consulados. É uma conduta a que me imponho, ainda que a minha aglossia pública nessa matéria não tenha correspondência com a minha visão ou a minha audição. Sem praticar, assisto à exibição massiva de lenços brancos e ouço estridente fluxo de críticas a Rui Vitória.
Tudo começou com Chaves e Belenenses. Tudo recrudesceu com a entrevista televisiva de Vieira, que de forma apressada muitos classificaram de oportuna e não menos elucidativa. Acontece que não foi nem uma coisa nem outra, antes foi inconveniente e calamitosa. Naquele cenário, a que se seguiu a deprimente derrota caseira com o Moreirense, Vieira abriu as portas a Jorge Jesus e mencionou os planos
A, B e C. Naquele contexto? Foi suicídio e só serviu para descredibilizar mais ainda Rui Vitória e fraturar, devido a Jesus (nunca desmentido em termos oficiais), a nação vermelha.
Surpresa? Nenhuma, mais ainda num Benfica, para minha infelicidade, mergulhado na desorientação, sustentado na incompetência, minado na honradez. Mais, a despeito de quase duas décadas de exercício, Vieira percebe tanto de futebol como eu de astronomia. Agora, porventura a seu favor, Vieira percebe tanto de negócios como eu não percebo de agricultura. Não é comédia, para o Benfica é tragédia.