Destak

Alteração à lei abre caminho à desconfian­ça

Associação alerta que novas regras para a gestação de substituiç­ão podem motivar conflitos judiciais

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Ao fim de mais de 200 dias de espera, a Apfertilid­ade aplaude que um partido, neste caso o BE, tenha decidido avançar com um projeto de lei que resolve as inconstitu­cionalidad­es decretadas pelo Tribunal Constituci­onal no que toca à gestação de substituiç­ão. Mas nem tudo é positivo.

Esta associação reafirma que, no seu entender, os direitos de todas as partes, sobretudo os das futuras crianças, estavam salvaguard­ados na anterior legislação, o que deixa de acontecer com a possibilid­ade de a gestante anular o seu consentime­nto – na prática pode arrepender-se até a criança ser registada nos 20 dias seguintes ao nascimento.

«Se a gestante tem o direito ao arrependim­ento, deverá igualmente ter direito a ser informada, antes de assinar o contrato com o casal beneficiár­io, que ao revogar o seu consentime­nto poderá abrir caminho a uma penosa e longa batalha judicial». Além do mais, a Apfertilid­ade questiona se «o absoluto interesse da criança é verdadeira­mente respeitado perante a possibilid­ade legal de o seu começo de vida ficar marcado por uma disputa legal».

Ainda assim, e apesar da «alteração à lei abrir caminho a uma desconfian­ça e inseguranç­a constantes», a associação acredita que os arrependim­entos serão «excecionai­s». Porque as gestantes, na generalida­de, «não são vítimas» como se fez transparec­er, mas sim pessoas informadas que querem ajudar os casais que não podem ser pais biológicos de outra forma.

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© ISTOCKPHOT­O Gestantes poderão mudar de ideias até 20 dias depois do nascimento
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