Destak

Operaciona­lizar?

- LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

Perder em Munique não é surpresa e tanto FC Porto como Sporting já foram lá goleados pelo Bayern e até por números mais expressivo­s do que o Benfica. Em termos de escândalo, uma derrota por 5-1 em Munique até é bem menos grave que 5-0 contra o Basileia, para mais num dos raros anos em que não ganha a liga suíça. Mas o futebol, como dizem muitos poetas do mesmo, é o momento. E o momento do Benfica torna a derrota dos encarnados num ponto baixo, talvez demasiado baixo da era Rui Vitória. Para já pelo próprio discurso do treinador. Mas o que é não conseguir “operaciona­lizar a estratégia”? Que coisa vaga é esta? Rui Vitória explica: a ideia era que a equipa fosse forte, pressionan­te e agressiva na defesa, para depois sair em velocidade para o ataque. Acontece que este Benfica de finais de 2018 defende mal e defendendo mal não se pode sequer pensar em passar à fase seguinte de construção. Não “operaciona­lizar a estratégia” explica-se com palavras mais simples: o Benfica não tem um fio de jogo e tem de se fiar nas individual­idades. E Jonas, que ainda tentou de quando em vez descer a terrenos mais recuados para tentar fazer essa ligação, já nada pode sozinho contra um grupo de gigantes alemães. Mas o que difere verdadeira­mente esta derrota de outras do Benfica é que parecem estar gastas todas as formas de recuperaçã­o da equipa. O discurso “vamos ser grandes na Europa” está a pesar demasiado em Rui Vitória. E de Luís Filipe Vieira ouve-se quase nada, até porque o presidente parece estar à espera que a coisa se resolva por si. Que é como quem diz, que alguém saia pelo próprio pé.

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