Destak

«Adoro representa­r, enfrentar desafios»

É mais que evidente: o ultra-talentoso Timothée Chalamet está na calha para se tornar no novo astro do cinema norte-americano. Depois do aclamado “Chama-me pelo Teu Nome”, chega agora o novo “Beautiful Boy”

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Se a vida do Timothée Chalamet tem ar de sonho é porque parece ser feita com matéria de fantasia inteligent­e, variada, colorida e apinhada de verdade. Nasceu no novo mundo cosmopolit­a de Nova Iorque, frequentou o Liceu La Guardia, que se especializ­a em talento de pintura, música e artes dramáticas; passou os dias veraneante­s e balsâmicos na vila de Chambon-sur-lignon (junto à gloriosa cidade francesa de Lyon) e, ainda miúdo,começouadi­rigircurta­s-metragens. Fez TV, ascendeu ao cinema de autor graças ao talento óbvio e, outra vez naturalmen­te, hoje é o que se vê: uma estrela. Não foi por acaso que, há uns meses, lhe foi dada uma nomeação para o Óscar de melhor actor do ano -– um dos petizes mais novos a poder ingressar tal clube de honra. A sua aparição desta semana acontece nos momentos intimistas e humanos do novo filme Beautiful Boy, do realizador belga Felix van Groeningen, sobre uma família no centro da epidemia de drogas perigosas que assola a juventude global. Para um ator, a imagem do drogado vem cheia de armadilhas e lugares comuns prestes a contaminar tudo. Felizmente, com o Timothée em primeiro plano não há um momento falso típico de ator jovem. O que ele quer é mostrar o que somos, nada mais.

Como é que conseguiu replicar a linguagem física e a ansiedade verbal de uma pessoa como o Nick, um rapaz novo que se vê dependente de drogas fatais?

Conheci o verdadeiro Nick umas semanas antes do começo das filmagens. Antes disso já tinha passado meses agarrado ao Youtube a ver vídeos de jovens que se tinham tornado dependente­s de específica­s substância­s ilegais. Foi por aí que refinei o aspeto físico da doença. Mas, mais do que isso, é preciso não esquecer que o trabalho neste filme é sobretudo a história de um filho. O que aqui contamos não é a história de um de- pendente. É um filme sobre a família. Sou filho de um pai, de uma mãe, sinto-me muitíssimo agradecido pela forma como eles se relacionar­am comigo ao longo da vida. Foi também por esse lado da questão que consegui perceber o desmoronar físico e mental daquele jovem. Quando a pessoa nova se vê dependente daquelas substância­s, tem pela frente uma batalha praticamen­te invencível.

Não só por causa das drogas em si, mas também porque é filho de pais que gostam dele. É comos se houvesse duas batalhas para enfrentar. É um desafio duplo. O mesmo se passou com o Steve Carrell. Ele é pai. Há uma dificuldad­e extra quando um pai enfrenta não só o grande problema de tentar derrotar a dependênci­a de uma droga mas, também, o facto de essa dependênci­a ser de um filho.

Que conhecimen­to direto tem da situação? Acha que as pessoas estão devidament­e educadas sobre as drogas disponívei­s, na vida dos filhos, a qualquer hora ?

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