A toque da corneta
O PS acaba de perder um voto. O meu. Não sei quantas réplicas deste gesto e atitude vão ser notícia e refletidas nas próximas eleições mas, ao aceitar a baixa do IVA para 6% nas touradas de marialva à portuguesa do sul, vai provar o veneno da medida consentida, quando o correcto seria aumentá-lo para 23%. Mas o PS é assim mesmo. Demagogo que baste. Um partido manhoso e leviano ao sabor de interesses grupais ou lobistas, sem fazer gala do seu reconhecimento. E se de dentro desses vaqueiros minoritários surgirem nomes suspeitos que se julgam notáveis, e com manias de poeta com praça e “argélica e desertora” importância, então é que a sangria toma a forma de imposto próximo do insignificante para forcado e ganadeiro pegar, sob as palmas floridas que esvoaçam desde a bancada mourisca. O partido da foice e do martelo também levará uma farpa nos costados – pois foi autor, em conluio com os inimigos figadais e históricos da direita política – e a sua representação no parlamento será ainda mais reduzida, para valor idêntico ao da taxa agora aprovada pelos deputados da pretensa cultura civilizacional – a da espeta-ferro sangra-animal-efoge – contrariando a filosofia legislativa que condena quem maltratar o bicho doméstico ou vadio, que arruína campo lavrado e remexe lixo urbano. A direita, pelo contrário, aproveita, junta-se na oportunidade, levanta-se no coro e, quando chegada a hora eleitoral e da caça ao voto, vai disfarçar-se atrás das tábuas, e atribuir tudo à actual governação e seu parceiro (...)