Reciclagem com valores insuficientes
Portugal tem o 2º pior valor no papel e cartão e o 3º no vidro; só no papel estamos dentro da média da UE
Os alertas sucedem-se e as campanhas de sensibilização acumulam-se, mas os resultados estão longe de serem aceitáveis. O Eurostat revelou ontem o último relatório sobre a reciclagem na UE e o quadra traçado, referente a 2016 e analisado pelo Destak, é preocupante.
No ano referido, Portugal reciclou 70,1% do papel e cartão. A percentagem só por si parece boa, mas fica quase 15 pontos percentuais abaixo da média comunitária (84,8%). Este é mesmo o 2º valor mais baixo entre os 26 Estados-membros que cederam informação. Só o Luxemburgo (64,6%) fez pior. E a evolução não tem sido positiva: o aumento nos resíduos reciclados desde 2005 foi pouco mais de dez pontos percentuais (59,8%) e se nesse ano Portugal conseguiu ser melhor do que oito países, agora só está à frente de um.
A realidade do vidro não é muito melhor. A reciclagem deste material está nos 58,5%, o 3º valor mais baixo na UE e mais de 15 pontos percentuais aquém da média (73,8%). Uma vez mais, no espaço de 11 anos o país perdeu sete lugares na lista dos mais cumpridores, tendo passado de 40,5% para os citados 58,5%.
Só no plástico é que a situação não é tão drástica. Os 41,8% estão ao nível da média comunitária (42%), mas a maioria dos países (14) continuam a fazer melhor do que Portugal – há pouco mais de uma década eram 19. Estes dados vêm provar que Portugal não vai cumprir as metas em 2020.