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Bombeiros negam ameaça à segurança

Braço de ferro entre bombeiros e Governo agrava-se; Marcelo pede contenção e diálogo aos dois lados

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Indignada com o facto de o Governo ter avançado com a reforma da Proteção Civil sem ter em conta as suas reivindica­ções, a Liga dos Bombeiros Portuguese­s (LBP) extremou posições. Além de ter anunciado no sábado que não irá participar no dispositiv­o da Proteção Civil de combate aos fogos florestais em 2019, a LBP decidiu deixar de comunicar as operações ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).

Tal posição levou a uma reação dura do ministro da Administra­ção Interna, que ontem acusou o presidente da LBP de ser irresponsá­vel, por estar a colocar em causa a segurança das populações. Eduardo Cabrita foi mais longe, avisando que a não comunicaçã­o é proibida por lei e que o Executivo atuará contra esse comportame­nto nas instâncias adequadas – processos nos tribunais.

A resposta não se fez esperar, com o presidente da LBP a acusar o governante de mentir. Jaime Marta Soares garantiu que os bombeiros continuam a estar ao serviço das populações, como “estão há 600 anos”, e que o socorro nunca esteve em causa. Os bombeiros apenas não comunicam ao CDOS os meios envolvidos nas operações ou quando estas terminam.

Da mesma forma, o INEM fica sem conhecimen­to dos resgates a partir de telefonema­s feitos diretament­e para os quartéis, o que leva o Governo a dizer que a capacidade de articulaçã­o dos meios está em causa. O Presidente da República já pediu contenção e espírito de diálogo.

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© LUSA Corporaçõe­s exigem uma direção nacional autónoma e com verba própria

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