Bombeiros negam ameaça à segurança
Braço de ferro entre bombeiros e Governo agrava-se; Marcelo pede contenção e diálogo aos dois lados
Indignada com o facto de o Governo ter avançado com a reforma da Proteção Civil sem ter em conta as suas reivindicações, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) extremou posições. Além de ter anunciado no sábado que não irá participar no dispositivo da Proteção Civil de combate aos fogos florestais em 2019, a LBP decidiu deixar de comunicar as operações ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS).
Tal posição levou a uma reação dura do ministro da Administração Interna, que ontem acusou o presidente da LBP de ser irresponsável, por estar a colocar em causa a segurança das populações. Eduardo Cabrita foi mais longe, avisando que a não comunicação é proibida por lei e que o Executivo atuará contra esse comportamento nas instâncias adequadas – processos nos tribunais.
A resposta não se fez esperar, com o presidente da LBP a acusar o governante de mentir. Jaime Marta Soares garantiu que os bombeiros continuam a estar ao serviço das populações, como “estão há 600 anos”, e que o socorro nunca esteve em causa. Os bombeiros apenas não comunicam ao CDOS os meios envolvidos nas operações ou quando estas terminam.
Da mesma forma, o INEM fica sem conhecimento dos resgates a partir de telefonemas feitos diretamente para os quartéis, o que leva o Governo a dizer que a capacidade de articulação dos meios está em causa. O Presidente da República já pediu contenção e espírito de diálogo.