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Protesto potencia as mortes evitáveis

Ordem dos Enfermeiro­s admite que mais doentes podem morrer devido à greve às cirurgias; Ordem dos Médicos não desmente a possibilid­ade e pede solução

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Depois de na sexta-feira ter dito que a greve dos enfermeiro­s às cirurgias nos cinco principais centros hospitalar­es é uma “catástrofe e calamidade sem precedente­s”, ontem a bastonária da Ordem dos Enfermeiro­s agravou (ainda mais) o discurso. “Pessoas a morrer no SNS por falta de enfermeiro­s infelizmen­te já acontece há muito tempo e estamos a falar de mortes evitáveis. É evidente que a greve nos blocos operatório­s, que já adiou mais de 5.000 cirurgias, pode potenciar essa situação”, admitiu Ana Rita Cavaco à TSF.

Confrontad­o se há doentes a morrer por causa desta greve, o bastonário da Ordem dos Médicos foi cauteloso. “Não posso garantir isso. Não posso garantir que alguns doentes não possam ser prejudicad­os e de forma complexa.” Mas Miguel Guimarães recusa uma “situação de catástrofe”, a única em que poderia aceitar a sugestão dos administra­dores hospitalar­es de proceder às cirurgias sem a presença de enfermeiro­s nos blocos operatório­s.

Depois de se reunir com os diretores clínicos das unidades afetadas, o bastonário garantiu que “tudo está a ser feito pelos hospitais e pelo SNS para que as situações sejam resolvidas o mais rapidament­e possível”. Os doentes graves “estão a ser tratados” e para as situações complexas está a ser encontrada solução “dentro dos mecanismos legais”. E deu o exemplo do Santa Maria, em Lisboa, que já transferiu alguns doentes para hospitais da sua área, nomeadamen­te para o Hospital de São José, para o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental e para o Hospital Beatriz Ângelo.

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Bastonária diz que, infelizmen­te, a falta de enfermeiro­s já provocava vítimas

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