Um álbum muito íntimo»
Depois de anos a emprestar o seu talento e sensibilidade artística a outros projetos, Sofia Ribeiro aventurou-se a solo. Agora surge o seu álbum de estreia
Recuando um pouco: depois dos This Must Be The Place e dos We Trust, quando é que sentiste que era a altura de te apresentares a solo, no caso, com o EDP Drops, de 2017?
Foi precisamente na altura que comecei a preparar a gravação desse EP. Mesmo antes das minhas colaborações com essas bandas eu já tinha entrado em projectos com outras pessoas, em que era mais ou menos líder, mas foi sempre algo que eu não desenvolvi muito. Acho que só me senti mesmo à vontade com um projeto a solo quando avancei para a criação do Drops. Foi mais há menos há dois ou três anos.
Sei que tens passado na área do ballet, dança contemporânea e artes plásticas: estas também são dimensões essenciais para a identidade deste teu Lince?
Claro que sim. É muito difícil uma arte sobreviver por ela própria. Acho que todas as artes acabam por estar interligadas de alguma forma. Acho que as pessoas precisam mais de um sentido, enriquece qualquer projecto.
Passando para este Hold to Gold: este é o début com que sonhavas e que idealizavas?
Sim. Eu fiquei muito contente durante todo o processo de criação deste disco. Com o Drops as coisas foram muito diferentes. Este foi um trabalho muito pensado e concebido por mim. Eu estava a precisar de fazer uma coisa totalmente minha. Fiz tudo o que poderia fazer por ele. É um álbum muito íntimo e estou super feliz com o resultado.
É um desafio passar todo o intimismo da tua música num formato áo vivo? E a questão de seres tu sozinha em palco e toda a parafernália que usas: é uma experiência intimidante?
Sinto tudo isso como um desafio. Eu nunca fico muito nervosa, nem tensa quando vou para o palco. É uma coisa que eu adoro fazer. Claro que esse lado da exposição pessoal mais íntima tem sempre o seu peso, mas eu acho que esse momento tem mesmo de ser de partilha: tenho de dar alguma coisa ao público e receber alguma coisa de volta. Apesar de haver esse lado da exposição, é muito gratificante depois sentir a reacção das pessoas.