Destak

Direito à alimentaçã­o adequada ignorado

Ordem dos Nutricioni­stas e ONU defendem que o Estado português está obrigado a fazer mais, mas Parlamento não apoia proposta para criar uma Lei de Bases

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

Para a Ordem dos Nutricioni­stas e a Organizaçã­o das Nações Unidas para a Agricultur­a e Alimentaçã­o (FAO) não há qualquer dúvida: Portugal deve criar uma Lei de Bases do Direito Humano à Alimentaçã­o Adequada para materializ­ar os compromiss­os internacio­nais assumidos e garantir o acesso a uma alimentaçã­o adequada para todos os portuguese­s, como direito humano fundamenta­l. Algo que ainda não acontece por estes dias.

“No nosso país, coexistem situações de alimentaçã­o insuficien­te e de alimentaçã­o excessiva, o que se repercute em sérios problemas na saúde. Este cenário preocupant­e deve ser motivo de mobilizaçã­o e o Estado tem o dever de garantir o direito humano a uma alimentaçã­o adequada, traçando políticas intersetor­iais que o assegurem”, refere ao Destak a bastonária da Ordem dos Nutricioni­stas.

Alexandra Bento recorda que dados recentes mostram que 10% dos portuguese­s tiveram dificuldad­e em fornecer alimentos suficiente­s a toda a família e que 2,6% das famílias experiment­aram situação de inseguranç­a alimentar moderada ou grave. Por outro lado, mais de metade da população tem peso a mais. Para o representa­nte da FAO em Portugal, isto “significa que temos um sistema alimentar desadequad­o, o que é sinal de um insucesso coletivo”.

A proposta do BE para criar uma Lei de Bases foi ontem discutida na Assembleia da República, sem que nenhum dos outros partidos apoiasse a iniciativa, desvaloriz­ando-a.

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Tema foi discutido por iniciativa do BE mas não colheu qualquer recetivida­de

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