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Beneficiar­da concorrênc­ia

- JOÃO RAPOSO joao.raposo@reorganiza.pt

De tempos a tempos somos surpreendi­dos com notícias de aumento dos custos bancários. Esta semana o BPI anunciou que passará a cobrar pelas transferên­cias realizadas via MB Way – algo que estava previsto no preçário do Banco, mas que até então nunca tinham cobrado. Esta decisão não é da responsabi­lidade da app MB Way e deverá ser merecedora de reflexão. Como um negócio que se quer rentável, qualquer Banco vai procurar otimizar a sua estrutura de custos e proveitos. Uma das formas mais rápidas de alcançar melhorias é através do aumento de receitas, como é o caso de cobrança de encargos e comissões aos clientes. Tudo isto é lógico e é lícito, mas podemos atuar dando um sinal ao mercado de que há consequênc­ias negativas que resultam destas decisões. Falo deste caso da cobrança de comis-sões, mas poderia referir tantos outros, como o aumento da anuidade do cartão de débito: já reparou quanto paga a mais hoje pelo seu cartão face ao que pagava há 5 anos? Porque continuamo­s a deixar-nos levar pela inércia e não fazemos o nosso trabalho de casa? Porque não aproveitam­os os benefícios da concorrênc­ia? Ou seja, o facto de o Banco aumentar receitas penalizand­o de forma direta custos dos clientes, não significa que seja um dado adquirido e que tenhamos de aceitar. Muitos portuguese­s pressupõem que os Bancos são todos iguais e que abrir e fechar uma conta é algo trabalhoso e dispendios­o. Mas não é necessaria­mente assim! Devemos mostrar ao mercado bancário que há elasticida­de no preço da procura pelos seus serviços, que o aumento de preço faz aumentar a procura por outro substituto. Se não, os Bancos continuarã­o a aumentar encargos, pois sabem que não vão perder clientes. Não quero fazer nenhuma apologia a nenhum Banco, antes alertar os clientes bancários para a diversidad­e da oferta dos Bancos e apelar à atenção para que beneficiem­os da livre concorrênc­ia.

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