Destak

Cada macaco no seu galho

- EMANUEL CAETANO Ermesinde ADEMAR COSTA Póvoa de Varzim

Quando vi a notícia na televisão, “Macaco ameaça em restaurant­e”, pensei que fosse mais uma vitória do partido PAN - Pessoas-animaisnat­ureza, onde os símios, à semelhança de outros animais de estimação, já pudessem entrar nesse tipo de estabeleci­mentos.

Afinal foi um primata armado em juiz, engenheiro de fendas na bancada nas horas vagas, alguém que devia estar em Custóias, mas que sentencia outro cidadão a ir para o Linhó.

De facto, perdeu-se um indivíduo legalizado com tantas capacidade­s ocultas.

Na mesma cidade, um juiz invoca a Bíblia para justificar que a infidelida­de é atenuante para quem pratica violência doméstica, extrapolan­do as suas funções.

À semelhança do primeiro caso, as vocações andam trocadas: este magistrado devia ser padre ou sacerdote, para se evitar dizer ‘cada macaco no seu galho’.

A antiga ministra das Finanças [do Partido Social Democrata] disse, no programa Contrapont­o, da SIC Notícias, que “tem sempre direito se pagar”.

O SNS - Serviço Nacional de Saúde precisa de dinheiro para continuar a servir os portuguese­s. É impossível manter inúmeros tratamento­s grátis. Não se pode pagar bons ordenados a médicos e enfermeiro­s sem dinheiro.

As prioridade­s não são iguais para todos. Não falta dinheiro para determinad­as despesas. A continuar nos moldes atuais, o SNS pode colapsar. Aí, sim, nem é para ricos nem para pobres.

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