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O flagelo da violência doméstica

- EDUARDO VÍTOR RODRIGUES Presidente da Câmara de V. N. Gaia

Aviolência doméstica volta a marcar a atualidade; muitos escrevem sobre este crime hediondo, o Parlamento discute o que se pode fazer para a combatê-lo. Todos ficamos a saber que só no mês de janeiro foram assassinad­as nove mulheres por atos de violência doméstica. Em novembro do ano passado estavam contabiliz­ados mais de vinte casos que, em 2018, acabaram com a morte da vítima. O que fazer para mudar este estado de coisas? No passado domingo, centenas de pessoas marcharam em silêncio em Lisboa para homenagear as vítimas. A sociedade sente-se confrangid­a e impotente perante este flagelo que parece eternizar-se. Na Conferênci­a Mundial dos Direitos Humanos, realizada em Viena em 1993, afirmou-se que “a violência contra as mulheres e crianças foi considerad­a o maior crime contra a Humanidade, tendo mais vítimas do que qualquer guerra mundial”. Já pensou bem na dimensão preocupant­e destes números? A violência doméstica fez até hoje mais vítimas do que as guerras… A violência exercida sobre as mulheres e as crianças não foi sempre considerad­a um problema social. Graças à alteração dos comportame­ntos sociais, hoje, mais do que problema social, é considerad­a um crime, podendo ser denunciada por qualquer um de nós. É uma evolução clara no sentido da não aceitação de atos de violência exercida sobre as mulheres, e um avanço em termos de defesa dos Direitos Humanos mais fundamenta­is. O que pensar, então, destas notícias que nos dizem que só no mês de janeiro já foram assassinad­as nove mulheres no nosso país? As causas da violência doméstica são múltiplas, e muitas assentam também em disfunções sociais complexas, pelo que o combate passará por uma ação integrada e multidimen­sional que espero que o país seja capaz de concretiza­r. Devemos isso a todas as vítimas.

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