Há falta de acesso a preservativos
GAT (Grupo de Ativistas em Tratamento) apela à criação de um plano nacional de prevenção e à eliminação de barreiras no processo de entrega de preservativos
No âmbito do Dia Internacional do Preservativo que hoje se assinala, o GAT apela à disponibilização de “mais preservativos de forma gratuita e sem obstáculos, em locais de fácil acesso”. A organização reconhece o “esforço das autoridades nacionais”, mas os preservativos distribuídos pela Direção-geral da Saúde (DGS) “continuam a ser amplamente insuficientes e não estão a chegar onde deveriam, como as escolas”.
O GAT assenta as suas preocupações num estudo recente da Universidade de Lisboa, onde cerca de 97% dos jovens portugueses entre os 18 e os 24 anos diziam estar genericamente bem informados relativamente à importância do preservativo. Só que mas mais de 60% assumiram ter relações sem o seu uso – 28% dos adolescentes não o tinha feito na última relação e 6,1% não se lembrava.
Para o GAT, que é parceiro da DGS na distribuição de preservativos (1,5 milhões de unidades em 2018), “estes dados mostram que o problema poderá não estar tanto na falta de informação, mas sim na falta de acesso”, refere o diretor executivo ao Destak. “Mesmo onde os preservativos existem, há sempre entraves”, acrescenta Ricardo Fernandes, exemplificando.
“Nas escolas é preciso passar pelo psicólogo, nos centros de saúde pela consulta de planeamento familiar. De forma a evitar quaisquer constrangimentos, os preservativos deviam estar disponíveis em locais de fácil acesso e sem qualquer obstáculo, como em caixas distribuidoras. É urgente criar um plano nacional de prevenção que indique de que forma será feita a distribuição de preservativos para que estejam disponíveis onde são precisos e sem mais barreiras”.
Os dados oficiais da DGS indicam que foram distribuídos 4.732.261 preservativos masculinos em 2018, número que se tem mantido praticamente inalterado desde 2015 depois de uma grande subida face a 2014 (3,6 milhões). Preservativos femininos foram entregues 170.292, menos que os 250 mil de 2014.