Destak

Dirigentes abrem nova frente de luta

Um dos sindicatos que convocou a greve às cirurgias, que o Governo diz ter posto em risco a vida de nove doentes, pede que os enfermeiro­s boicotem falsas horas extra

- JOÃO MONIZ jmoniz@destak.pt

AAssociaçã­o Sindical Portuguesa dos Enfermeiro­s, o sindicato que apelou à suspensão da greve às cirurgias depois de um parecer da Procurador­ia-geral da República ter dito que é ilegal, publicou ontem uma nova mensagem no Facebook, onde pede a todos os enfermeiro­s que deixem de fazer “falsas horas extraordin­árias”. E para isso já está a disponibil­izar as minutas de recusa de prestação de horas além do período normal de trabalho, que devem ser entregues nos serviços dos hospitais. Um protesto mais abrangente, portanto.

A lei define que cada enfermeiro pode prestar duas horas extraordin­árias por dia, num máximo de dez. Só que o sindicato argumenta que os hospitais obrigam constantem­ente os profission­ais a cumprirem mais horas do que o estipulado pela lei. A Ordem dos Enfermeiro­s diz mesmo que as unidades hospitalar­es ficaram a dever um milhão de horas aos enfermeiro­s em 2018, tempo que raramente é reposto.

A bastonária assegura que, caso todos os enfermeiro­s recusassem esta tática das administra­ções para contornare­m a falta de pessoal, os hospitais ficariam numa situação “muito complicada” ao fim de dois ou três dias. Este novo apelo junta-se a outro que já fora feito: a não participaç­ão em cirurgias extraordin­árias, onde o pagamento acresce ao salário normal.

Estas formas de luta são uma alternativ­a à greve às cirurgias. Na contestaçã­o que entregou ao tribunal, o Governo afirma que os serviços mínimos foram desrespeit­ados em cerca de 450 cirurgias em quatro centros hospitalar­es. Nove dessas intervençõ­es envolviam doentes oncológico­s em risco de vida ou em situações muito graves.

 ??  ?? Bastonária diz que, caso a lei das horas extraordin­árias fosse cumprida, hospitais ficariam aflitos em dois ou três dias
Bastonária diz que, caso a lei das horas extraordin­árias fosse cumprida, hospitais ficariam aflitos em dois ou três dias

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal