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Os riscos da poupança

- JOÃO RAPOSO joao.raposo@reorganiza.pt

Esta semana o jornal Eco apresentou informação sobre as opções dos portuguese­s na aplicação do dinheiro. Diz o estudo que a taxa de juro média oferecida nas novas aplicações a prazo fixou-se em março nos 0,13%, um mínimo histórico, o que leva a que cada vez mais famílias optem por manter o dinheiro à ordem, sem qualquer remuneraçã­o. Alguns bancos (com presença mais digital), como tentativa de ganhar quota, estão a oferecer taxas de depósitos a prazo mais atrativas face às praticadas pelos ditos bancos tradiciona­is, que nalguns casos apresentam uma taxa de juro bruta de zero! Esta realidade choca com os hábitos dos portuguese­s, que são conservado­res nos investimen­tos e por isso privilegia­m Depósitos a Prazo, Certificad­os de Aforro, entre outros similares. Neste cenário, ou temos o dinheiro à ordem, que é sempre uma tentação na gestão diária das nossas finanças, ou temos de estar dispostos a correr riscos na hora de investir. Não vou fazer nenhum apelo para investimen­tos específico­s, mas sim para que tenhamos mais informação e formação sobre outros produtos onde o risco pode ser maior, mas onde as remuneraçõ­es poderão ser mais interessan­tes. Na hora de investir devemos ter presente a importânci­a de subscrever aquilo que percebemos (e por isso a formação é essencial) e aplicar sempre a lógica da diversific­ação. Existem produtos financeiro­s que são compostos por parcelas de risco diferencia­do. Podemos num único investimen­to estar a aplicar dinheiro em empresas de diferentes setores, em países distintos, em produtos de maior risco como ações e de menor risco como as obrigações. Temos medo de dar o salto para estes investimen­tos, pois somos conservado­res, o que tem a sua vantagem, mas também devemos ter maior ambição e, com consciênci­a dos riscos, fazer opções que aumentem a rentabilid­ade do que ganhámos com o esforço do nosso trabalho.

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