Os riscos da poupança
Esta semana o jornal Eco apresentou informação sobre as opções dos portugueses na aplicação do dinheiro. Diz o estudo que a taxa de juro média oferecida nas novas aplicações a prazo fixou-se em março nos 0,13%, um mínimo histórico, o que leva a que cada vez mais famílias optem por manter o dinheiro à ordem, sem qualquer remuneração. Alguns bancos (com presença mais digital), como tentativa de ganhar quota, estão a oferecer taxas de depósitos a prazo mais atrativas face às praticadas pelos ditos bancos tradicionais, que nalguns casos apresentam uma taxa de juro bruta de zero! Esta realidade choca com os hábitos dos portugueses, que são conservadores nos investimentos e por isso privilegiam Depósitos a Prazo, Certificados de Aforro, entre outros similares. Neste cenário, ou temos o dinheiro à ordem, que é sempre uma tentação na gestão diária das nossas finanças, ou temos de estar dispostos a correr riscos na hora de investir. Não vou fazer nenhum apelo para investimentos específicos, mas sim para que tenhamos mais informação e formação sobre outros produtos onde o risco pode ser maior, mas onde as remunerações poderão ser mais interessantes. Na hora de investir devemos ter presente a importância de subscrever aquilo que percebemos (e por isso a formação é essencial) e aplicar sempre a lógica da diversificação. Existem produtos financeiros que são compostos por parcelas de risco diferenciado. Podemos num único investimento estar a aplicar dinheiro em empresas de diferentes setores, em países distintos, em produtos de maior risco como ações e de menor risco como as obrigações. Temos medo de dar o salto para estes investimentos, pois somos conservadores, o que tem a sua vantagem, mas também devemos ter maior ambição e, com consciência dos riscos, fazer opções que aumentem a rentabilidade do que ganhámos com o esforço do nosso trabalho.