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Descentral­izar para aliviar os hospitais

Serviços de urgência fora dos hospitais para os casos menos prioritári­os; quatro em dez atendiment­os não são urgentes; mais pessoas sem cuidados paliativos

- REDAÇÃO redacao@destak.pt

Operito da Organizaçã­o Mundial da Saúde Nelson Olim defende que Portugal devia ter serviços de urgência descentral­izados e fora dos hospitais para os casos menos prioritári­os, além de criar centros de trauma em algumas regiões do País. “Os hospitais, quando fazem uma triagem na urgência, são obrigados a ver o doente independen­temente do nível de prioridade.”

Para o cirurgião português, a sobrecarga nas urgências acontece porque “não há um acesso fácil ao conselho médico”. “Tem de haver uma reestrutur­ação profunda das urgências para que apenas os doentes urgentes ou emergentes tenham acesso e sejam observados por profission­ais que tenham uma capacidade específica.” As urgências ambulatóri­as, para casos menos graves ou prioritári­os, poderiam estar ligadas aos centros de saúde, com acesso a alguns

A Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos classifica como catastrófi­co o estudo onde se alerta que o número de pessoas que morrem sem

Até 2060, metade das pessoas irão morrer com sério sofrimento ligado à saúde, mais 87% face a 2016

acesso aos cuidados paliativos de que precisam deve quase duplicar nas próximas quatro décadas, lembrando que Portugal tem “décadas de atraso”. A investigaç­ão feita pela The Lancet Global Health indica que, até 2060, 48 milhões de pessoas a cada ano (quase metade de todas as mortes no Mundo) morrerão com sérios sofrimento­s relacionad­os com a saúde, um aumento de 87% em relação a 2016.

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Muitos doentes poderiam ser atendidos em urgências ambulatóri­as

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