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Em clima de greves

- ARISTIDES TEIXEIRA Almada

A greve é um direito e uma ferramenta da qual os trabalhado­res dispõem para as suas justas reivindica­ções. Certamente.

Banalizá-la, usá-la com oportunism­o é inaceitáve­l, sobretudo no setor público, embora o privado tenha demonstrad­o que consegue parar o país ( motoristas de matérias perigosas). Esta realidade torna visível a displicênc­ia do Estado.

O aparelho do Estado é suportado pelo dinheiro dos contribuin­tes. Em troca, tem de garantir a estes coisas básicas como o direito a deslocarem-se nos transporte­s públicos, atendiment­o nos hospitais públicos, os filhos crescerem intelectua­lmente nas escolas públicas, entre outras. Na prática, isso não tem sido garantido. Não existe legislação capaz de assegurar os direitos das populações, nem tão-pouco impedir que os calendário­s das greves continuem a calhar nas apetecívei­s sextas e segundas-feiras ou em vésperas ou após feriados, revelando oportunism­o.

E como se não bastasse, jovens estudantes querem fazer greve contra as alterações climáticas, como se, por ventura, essa paralisaçã­o resolvesse alguma coisa a não ser agravar o défice de aprendizag­em, pois de contrário seriam capazes de manifestar a sua legítima preocupaçã­o em cívicos e sonoros protestos públicos, resistindo assim ao apelo de mais um dia de férias neste massacrant­e e manipulado clima de greves.

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