Moradores das Twin Towers processam
Moradores do empreendimento das Twin Towers, em Sete Rios, interpõem ação judicial contra a instalação de um centro empresarial no condomínio
Moradores das Twin Towers, em Lisboa, avançaram com uma ação judicial contra a instalação de um centro empresarial no condomínio, argumentando que cederam espaço para um centro comercial, mas a promotora nega incumprimentos e pede uma indemnização por difamação.
À Lusa, Artur Redinha, representante de um grupo de moradores daquele condomínio localizado em Sete Rios, referiu que os residentes foram vítimas de uma “burla”, uma vez que cederam um espaço de 3 mil metros quadrados, entre as duas torres de 26 andares, em troca de um projeto de “um centro comercial fantástico” que lhes foi apresentado.
“Sucessão de falsidades”
Nessa altura, foi-lhes apresentado “um projeto de um centro comercial excecional”, com “todos os serviços de bairro e comércio que são necessários para o dia-a-dia”, com supermercado, restauração e ligação ao metro, pelo que aprovaram, em assembleia de condóminos, ceder esse espaço, com um valor comercial superior a 12 milhões de euros, para acolher restauração e esplanadas. “A partir daí fomos assistindo a uma sucessão de incumprimentos, falsidades e adiamentos constantes do projeto”, lamentou, acrescentando que o centro comercial foi encerrado e só em 2018 é que os moradores tomaram conhecimento de que afinal não se tratava de uma renovação do antigo centro comercial, mas da criação de um espaço ocupado maioritariamente por escritórios.
Além disso, salienta ainda Artur Redinha, o registo predial atribui como finalidade a tais frações um centro comercial, advogando que “não pode ter escritórios sem a autorização de 100% dos condóminos”. Os moradores alegam também questões de segurança, afirmando que um pequeno espaço coberto construído entretanto entre as duas torres impede a entrada de viaturas de emergência.
Artur Redinha avançou ainda que os condóminos já apresentaram uma providência cautelar, que foi rejeitada, e uma queixa-crime, que resultou na abertura de um inquérito, no qual o morador foi constituído assistente.
The Edge Group nega e reage
À Lusa, o The Edge Group esclareceu que já contestou a ação e que pediu uma indemnização contra os autores, num valor superior a 1,4 milhões de euros, “pela conduta premeditada, consciente, ilícita e abusiva que têm vindo a adotar no último ano, no sentido de causar danos de imagem e reputação” da empresa. A empresa assegura também que “é falso que a autorização dada pelos condóminos” de obras nas partes comuns “tenha ficado condicionada à instalação de um centro comercial”.