Luta pela liderança
Luís Montenegro saiu do buraco onde se refugiara à espera de melhor sorte, para se pôr em bicos de pés e querer assumir a liderança do partido onde ele julga ser festivamente acolhido. Soube esperar pelo que considera um desastre nas eleições últimas que, ao mesmo tempo, servem a um militante que se toma por importante para aparecer com a fórmula mágica que salva o partido da situação em que ele próprio o ajudou a meter. Reaparece e diz que com ele o PSD assumiria o poder que o PS abarbatou, quase só para si. A tarefa de sair vitorioso do ato eleitoral que acabou por eleger António Costa, um tipo ‘batível’, para ele seria ‘trigo limpo, farinha amparo’. Coisa para a qual o nortenho Rui Rio não teve unhas. Acontece é que, se Rio se dispuser a ir à luta pela liderança que mantém, vencerá e enterrará de vez com opositores como o advogado quarentão, que se escondeu no ‘monte negro’, de modo a que o Rio saberá dar um banho, até que ele fique branco de esfregado no pavor. Cremos que Rio não desiste de tão elevado desafio, pois entendemos que o seu feitio é não dispensar uma boa causa e uma boa resposta aos que só têm bazófia, e que na hora em que foram precisos, se refugiaram no afastamento, para depois surgirem como heróis possuidores da poção mágica e milagrosa para recuperar o partido da situação em que ele e os seus hipotéticos apoios o enfiou. Montenegro, se tivesse pegado o PSD e concorrido nestas eleições para a legislatura que se seguirá, nas condições em que Rio pegou, e o recuperou para cima, não iria além dos 25%, e esta estimativa é generosa para quem nada até hoje provou (...). Se o PSD não fizer boa análise, medir e pesar os seus demagógicos e putativos aspirantes a líderes da sua ‘geringonça laranja’, vai continuar na sombra do mais negro monte que regista no seu álbum de recordações. (...)