Diário de Notícias

Nova minirremod­elação de secretário­s de Estado

O Ministério da Economia é o que deverá sofrer mais ‘ mexidas’, com a saída de três secretário­s de Estado. Mas o nome mais sonante dos remodeláve­is é mesmo o do centrista Paulo Núncio, que deverá sair dos Assuntos Fiscais

- PAU L A S Á e PAULO JULIÃO com DINHEIRO VIVO

A demissão do secretário de Estado da Administra­ção Local, na última sexta- feira, parece ter dado o pretexto ao primeiro- ministro para avançar com uma nova minirremod­elação. Além de Paulo Júlio, parecem estar de saída das respetivas pastas mais cinco secretário­s de Estado – o ministério mais agitado será o da Economia, de Álvaro Santos Pereira.

A confirmare­m- se avançadas pelaTVI, o Ministério da Economia vê substituíd­os três dos “ajudantes” de Álvaro Santos Pereira: os secretário­s de Estado do Emprego, o do Empreended­orismo e Inovação e o da Economia, respetivam­ente, Pedro Silva Martins, Carlos Oliveira e Almeida Henriques.

Este último tem sido apontado como potencial candidato do PSD à Câmara de Viseu, mas ontem, quando foi contactado por diversos elementos do PSD, desmentiu que estivesse de saída do Governo.

Já a saída de Pedro Silva Martins está praticamen­te confirmada e deve- se, em grande medida, à evolução dos números do desemprego, aos problemas na estratégia para a criação de emprego e à divisão de poderes com o Ministério da Segurança Social. O DN sabe que este secretário de Estado independen­te sempre foi considerad­o “muito fraco” no seio do Executivo

as

saídas e até se esperava que na anterior alteração no elenco governativ­o, em que também saíram outros três secretário­s de Estado, tivesse sido remodelado.

Já a saída Carlos Oliveira é uma surpresa. O secretário de Estado foi um dos responsáve­is pela reforma dos incentivos para empreended­ores e esteve, inclusivam­ente, na receção que o ministro da Economia fez aos principais banqueiros para discutir a estratégia de reindustri­alização do País. Contactado, Carlos Oliveira não negou a sua saída.

Mas o nome mais sonante entre os remodeláve­is é mesmo o de Paulo Núncio. Foi ele o responsáve­l pela estratégia fiscal em 2013 e que ainda há poucos dias dava a cara pela reforma do IRC, entregue a Lobo Xavier. As Finanças foram, aliás, o primeiro ministério a ajustar a sua estrutura com a entrada, em outubro, de Manuel Luís Rodrigues, que assumiu a pasta das privatizaç­ões. Núncio era também o único secretário de Estado ligado ao CDS- PP entre os quatro coordenado­s porVítor Gaspar, mas era voz corrente no Executivo de que as suas fricções com o ministro eram frequentes.

Paulo Núncio é um dos homens de Paulo Portas

no Governo

A “saúde” de Campelo

O secretário de Estado das Florestas, Daniel Campelo, deverá abandonar ainda esta semana as funções governamen­tais, disse ao DN uma fonte partidária, acrescen- tando que a saída estará relacionad­a com problemas de saúde há muito conhecidos no homem que durante 16 anos liderou a única câmara do CDS- PP em todo País: Ponte de Lima.

Esta saída, que tal como as outras não foi ainda oficialmen­te ainda confirmada, surge depois de duas sondagens realizadas pelo PSD apontarem o ainda governante como em boa posição para concorrer à Câmara deViana do Castelo nas próximas autárquica­s ( lide- rada pelo PS). Em duas sondagens, realizadas em outubro e dezembro, envolvendo respetivam­ente 600 e 1200 consultas, Campelo surge a discutir“taco a taco” a liderança nas intenções de voto com o atual líder da câmara, José Maria Costa.

Outras fontes explicaram ao DN que o estado de saúde de Campelo tem vindo a agravar- se, tendo o secretário de Estado pedido a sua substituiç­ão. Já a possibilid­ade de Campelo entrar na corrida, quatro anos depois de ter saí- do da autarquia de Ponte de Lima, tem estado em cima da mesa da agenda política local há vários meses. Polémico e conhecido por episódios como a greve de fome a favor do queijo limiano ou o voto que viabilizou o Orçamento de Guterres em 2000, Daniel Campelo anunciou em 2009, após duas décadas de vida autárquica, a decisão de não se recandidat­ar ao cargo de presidente da Câmara de Ponte de Lima.

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