Três ‘ mexidas’ sem tocar num único ministro nem na orgânica
ELENCO A primeira saída do Governo foi de Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia, por criticar rendas “excessivas” do seu sector
O Governo de coligação de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas já sofreu três mexidas, mas nenhuma delas implicou a mudança de rosto de qualquer dos onze ministros ou alterações na orgânica do Governo.
A primeira saída foi a de Henrique Gomes, secretário de Estado da Energia, que se preparava para anunciar a possível subida de 10% nos preços da luz em 2013. Gomes ia lançar o alerta numa intervenção, no dia 7 de março, no ISEG, mas o discurso acabou por ser cancelado e o aviso caiu por terra. Hen- rique Gomes criticava as rendas excessivas no sector da energia.
Em outubro do ano passado, à boleia da saída de Francisco José Viegas, da secretaria de Estado da Cultura, por alegados motivos de “saúde”, Passos fez uma segunda microrremodelação. Saíram Viegas e Isabel Silva Leite ( do Ensino Básico e Secundário) e entraram Jorge Barreto Xavier ( Cultura), João Henrique Grancho ( Ensino Básico e Secundário) e ainda Manuel Rodrigues ( Finanças).
Na última sexta- feira foi a vez de Paulo Júlio, secretário de Estado da Administração Local, anunciar que tinha pedido a demissão ao primeiro- ministro. O responsável pela reforma do poder local, incluindo o polémico processo de fusão das freguesias, saiu para preservar a “estabilidade” do Governo e não criar “ruído” com o processo que o Ministério Público lhe moveu por alegada “prevaricação”. Este processo diz respeito ao seu anterior mandato de presidente da Câmara de Penela. Paulo Júlio terá participado enquanto júri num concurso para a autarquia, cujo candidato selecionado é seu primo em segundo grau. O Ministério Público constituiu o ex- secretário de Estado arguido e decidiu levar o caso à barra do tribunal.